Filha de Edison Brittes cita nova ‘festinha’ após morte de Daniel
Advogado da família Brittes refutou hipótese de organização de 'festinha' após assassinato de Daniel e disse que clima era de "tragédia"
Allana Brittes, filha do empresário Edison Brittes, assassino confesso do jogador Daniel Corrêa, enviou mensagens para uma das testemunhas do crime falando em uma nova “festinha” um dia depois da morte do atleta em 27 de outubro.
De acordo com inquérito da polícia de São José dos Pinhais, no Paraná, onde o caso ocorreu, a festa aconteceria na semana seguinte ao assassinato.
Segundo o G1, nas mensagens Allana convidou a testemunha para comer em um shopping da cidade. No entanto, o encontro foi utilizado como uma espécie de reunião entre todos os envolvidos, na qual Edison aproveitou para combinar uma versão única sobre o crime, que deveria ser mantida como um pacto.
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Para o advogado da testemunha, Jacob Filho, as mensagens enviadas por Allana ao seu cliente eram uma “desculpa” para atrair as pessoas que estavam na festa para combinar a versão de que Daniel tinha saído vivo da casa da família Brittes.
“A Allana mandava mensagens com supostas desculpas e mentiras do tipo ‘venha nos encontrar para mais uma festinha’, ‘tem mais um churrasco para fazer’. [A testemunha] se esquivava e não sabia exatamente o que fazer”, alegou Filho.
Cláudio Dalledone, advogado da família Brittes, refutou a hipótese de que Allana estivesse organizando uma “festinha” e afirmou que o clima após o acontecido era “trágico e todos estavam acometidos pela tragédia”.
“Não tinha suposta ‘festinha’. O que nitidamente se interpreta daquilo é que ela atraiu os meninos para terem aquela conversa. Naquele momento, que não houve coação de testemunha, ela ficou responsável por chamar estes meninos”, afirmou o advogado.
Morte
Daniel Corrêa foi encontrado morto com sinais de tortura no último dia 27 de outubro em um matagal de São José dos Pinhais, no Paraná. O responsável pelo crime também cortou fora o pênis do atleta.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no estado, e depois à Justiça, o empresário Edison Brittes assumiu autoria do crime e declarou que, na ocasião, “não pensava em nada”, “não sabia que ia fazer aquilo” e afirmou estar “desesperado, fora” de si.
Brites contou que o crime teria sido motivado após o jogador tentar estuprar sua esposa, Cristiana Brittes, dentro do quarto da mesma. Para adentrar o recinto, ele precisou arrombar a porta.
No entanto, testemunhas desmentem o arrombamento e, segundo o delegado da Polícia Civil da cidade, Amadeu Trevisan, a vítima não tentou abusar sexualmente Cristiana.
“Confrontando as mensagens que Daniel trocou com amigos e os depoimentos, parece que Daniel só fez uma brincadeira infeliz, mas não há indícios de tentativa de estupro”, disse o delegado.
Inquérito
Segundo o delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevisan, o inquérito deverá ser entregue ao Ministério Público do Paraná ainda nesta quarta-feira, 21.
Trevisan informou que indiciará Edison Brittes e outros três suspeitos por homicídio qualificado e ocultação de cadáver pela morte de Daniel. Já Cristiana Brittes, e Allana Brittes, responderão por coação de testemunha e fraude processual.
Presos
Até o momento, as autoridades prenderam sete pessoas por envolvimento no assassinato de Daniel Corrêa. Além dos Brittes, outras quatro pessoas foram deitdas suspeitas de participarem das agressões: Eduardo Purkote, Eduardo da Silva (namorado da prima de Cristiana Brittes), Ygor King e David William.