Fisioterapeuta atende de graça pessoas com sequelas no Alemão
Mônica atende em sua casa com a ajuda de mais quatro voluntários
Tudo começou em 2007, quando a fisioterapeuta Mônica Cirne começou a atender de graça os moradores do Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, que não foram apenas baleados, mas também ficaram com sequelas indiretas causadas pela violência e pela falta de assistência dos serviços públicos. As informações são da “Folha de S. Paulo”.
Depois de realizar alguns atendimentos na igreja em que frequentava, o padre disse a ela: “Veja o que mais pode fazer” e esse foi o pontapé para que Mônica passasse a atender dentro da própria igreja. “Quando comecei, fiquei surpresa de ver como era grande a demanda. Eram filas inimagináveis”, contou.
Com apoio e doações, a fisioterapeuta conseguiu reunir o bastante para reformar sua casa e fazer lá mesmo os atendimentos às terças e sextas. A secretária, uma pessoa que faz de tudo, a senhora que cuida da bicicleta e outra fisioterapeuta compõem a equipe que trabalha com Mônica voluntariamente.
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Segundo a reportagem, a Unidade de Polícia Pacificadora instalada em 2012 no complexo não trouxe avanços em saúde e segurança. Além disso, nos dados deste ano apresentados pela ONG Anistia Internacional, a região tem cerca de um tiroteio por dia e meio. As consequências disso, segundo a fisioterapeuta, são estresse, pressão alta e problemas neurológicos.
“Eu fico com o que sobra disso tudo. A comunidade é toda doente”, contou, se referindo aos pacientes que atende e apresentam sequelas de projétil de arma, derrames, câncer e paralisia cerebral.
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