Flordelis usava língua do P para se comunicar com filhos privilegiados
A linguagem 'segreta' foi muito popular entre crianças e adolescentes nos anos 1970 e 1980
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) o ex-marido, o pastor Anderson do Carmo, usavam a língua do P para se comunicar com o núcleo privilegiado da família. O objetivo era evitar que os demais membros entendessem o que estava sendo dito.
A revelação foi feita ao “RJ2“, da TV Globo, por uma testemunha que morou na casa da família durante um tempo.
Esse núcleo privilegiado recebia as melhores comidas e tinha mais direitos, enquanto outros “sempre era uma comida um pouco… De menor valor”, segundo a testemunha.
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A linguagem do P foi muito popular entre crianças e adolescentes nos anos 1970 e 1980. Ela consiste em acrescentar “pê” antes de cada sílaba, como uma forma de código para dificultar que outras pessoas entendam a conversa (pê-va pê-mos pê-no pê-ci pê-ne pê-ma? “Vamos ao cinema?).
“Existia uma comunicação interna entre eles, onde eles não queriam que uma outra pessoa soubesse. Eles falavam a língua do P, mas de uma maneira bem acelerada, que era bem impossível uma pessoa sem prática reconhecer ou identificar”, disse a testemunha ao “RJ2”.
A testemunha contou ainda que Flordelis mantinha 50 crianças adotadas como uma forma de “marketing pessoal” e como “fonte de renda”. Todo o dinheiro arrecadado pelo ministério da deputada, segundo a testemunha, era usado para sustentar “seus luxos.”
Prisão e denúncia
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi denunciada como a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em 2019.
Por ter foro privilegiado, a parlamentar não pode ser presa agora. Outras dez pessoas também foram denunciadas pelo crime.
O inquérito concluiu que o pastor Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família, já que ele controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
De acordo com as investigações, Flordelis já planejava desde 2018 a morte de Anderson. Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou matar o marido pelo menos quatro vezes — uma delas com doses de arsênico na comida. Veja mais aqui.