Fluidos: o primeiro filme de longa-metragem ao vivo, no CCSP
O filme mostra o cotidiano de três relacionamentos que têm em comum a dependência pela imagem sintética e a instabilidade de um presente fugaz. Enquanto um casal torna-se escravo de seus próprios fetiches, uma mulher encontra o marido apenas pela internet e um garoto expõe sua vida num programa de televisão sensacionalista.
Com direção de Alexandre Carvalho, Fluidos é a primeira experiência cinematográfica do formato “Cinema Vivo”. Para conhecer o projeto, basta comparecer no Centro Cultural São Paulo, CCSP, nos dias 16/05, sábado às 14h (Pré-estreia / Ensaio Aberto), 24/05, domingo às 14h e 30/05, sábado às 14h.
A proposta do Cinema Vivo é a da estrutura exposta, do escancaramento do processo: cinema explícito. Personagens, pessoas reais, cotidiano, ensaio e realidade, plateia e cenário, tudo coexistindo no frescor e autenticidade de um longa-metragem de ficção realizado ao vivo. Em diversas locações, atores encenam a história captada por câmeras, que ao vivo transmitem para a edição em tempo real e a projeção simultânea na sala de cinema.
Uma produção ASC AUDIOVISUAL, Co-patrocínio Prefeitura Municipal de São Paulo. Projeto ganhador do Edital Primeiras Obras, do Centro Cultural da Juventude, CCJ.
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Sobre o roteiro
O roteiro de “Fluidos” foi escrito de maneira colaborativa. O início do processo deu-se através de pesquisas nos arredores dos locais de apresentação, para identificação de plots interessantes para o filme. Hospital, Centro Cultural, comércios populares onde buscávamos o cotidiano da região através dos depoimentos dos moradores e transeuntes.
Num segundo momento, partimos para a criação de possíveis personagens que transitariam pelas locações alcançadas pela tecnologia utilizada. Surgiu então a premissa de “Fluidos”, que foi totalmente pensado para o formato “Cinema Vivo”. Além das modificações próprias do imponderável do ao vivo, o roteiro está sempre em movimento, adaptando-se a cada novo local de apresentação, devido a inserção da tecnologia
do “Cinema Vivo” no espaço correspondente.
Sobre a linguagem
A palavra chave para a linguagem do “Fluidos” é o cotidiano. Cotidiano das relações, do bairro, da vida dos espectadores. Câmera na mão, planos-sequência movimentados, a fim de captar o fluir irrequieto e fugidio do contemporâneo. O Naturalismo é a base do filme, não somente no roteiro, mas também em sua linguagem e estética. Sempre prevalecerá o ambiente real, tal como ele é. São pessoas vivendo histórias que podem acontecer a qualquer um que frequente aquela região.
Elementos de arte, fotografia, direção e som são buscados nas próprias locações. Transeuntes
são, inclusive, os “figurantes” naturais da narrativa. A incomunicabilidade e a vida em suspensão, próprias de nosso momento atual estarão presentes de maneira intrínseca na história e também na decupagem, sempre sujeitas a alterações e interrupções do fluxo narrativo.
O filme busca a textura diferente do nosso presente, imperfeita, quase pixelizada, que denota a velocidade dessa imagem digital, simulada e vazia.