Alunos pagam R$ 3 milhões em formatura no Paraná e levam golpe
Formandos registraram boletins de ocorrência pelo crime de estelionato
Depois de pagarem prestações durante os anos de graduação, 123 estudantes de medicina da UniCesumar, em Maringá (PR), ficaram sem a festa de formatura -celebração que deveria ter ocorrido o último sábado, 21.
Segundo estimativa dos envolvidos, o valor pago à empresa Brave totalizaria algo em torno de quase R$ 3 milhões.
Em nota aos formandos, a empresa afirma que tem “saldo devedor superior a 530 mil reais” e que, por isso, o buffet teria preparado um jantar simples como forma de “ajuda”. Quem pagou contesta essa versão.
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A equipe de fotografia, o show principal do baile e os funcionários ficaram sem pagamento e decidiram desmontar a festa.
O prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PSD), usou as redes sociais para lamentar o ocorrido.
Outro caso
Alunos das turmas de medicina da Universidade de São Paulo (USP) denunciaram a estudante Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, por suspeita de desviar cerca de R$ 927 mil do fundo de formatura. A estudante chegou a dizer aos colegas de classe que tinha sido vítima de um golpe de uma corretora de investimentos, que a teria enganado e ficado com o dinheiro.
Segundo a comissão de formatura, eles só perceberam o desvio do dinheiro no dia 6 de janeiro deste ano. Foi então que uma das vítimas registrou uma ocorrência no dia 10 contra a estudante, alegando que a mesma retirou, sem o conhecimento de qualquer outro membro, todo o valor acumulado pelos alunos por quatro anos.
O dinheiro, que estava sob custódia da empresa ÁS Formaturas, teria sido transferido para a conta pessoal de Alicia em 2021.
A comissão relatou também que a aluna, que até então era a presidente do grupo, disse que perdeu R$ 800 mil após ser vítima de um golpe.
Na mensagem enviada no grupo de formatura no WhatsApp, ela afirma ainda que usou a outra parte do valor para pagar advogados por conta do suposto golpe, e que iria pedir ajuda da direção da USP para pagar a festa.
“Escrevo para dizer que não temos dinheiro. Com toda dor, culpa e arrependimento que vocês podem imaginar. (…) Nosso dinheiro foi todo repassado para a Sentinel Bank, uma investidora que, no fim das contas, não se passava de um grande golpe e nunca mais retornou nem com o dinheiro investido, nem com os rendimentos. Vou ver com a diretoria da FMUSP se conseguimos ajuda deles”, disse Alicia.
Um print dessa mensagem viralizou nas redes sociais. Confira:
https://twitter.com/cachorrosumerio/status/1613990943065051160?s=20&t=GtckiQcitza1UnLZFqv_Jg
“De toda a história contada pela [suspeita], o único fato que temos certeza é a transferência do montante guardado sob custódia da empresa ÁS Formaturas para uma conta pessoal dela. Ainda estamos averiguando em que contexto foram realizadas as transferências”, afirmaram os membros da comissão.
A ÁS Formaturas e a faculdade de Medicina da USP disseram em notas divulgadas à imprensa que os fatos estão sendo apurados junto da polícia. A USP informou ainda que “a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos”.