Fotógrafo entregará petição pedindo justiça por bala que o cegou

Por Change.org

Em parceria com Change.org (Oficial)
26/09/2017 16:23

No dia 13 de junho de 2013, o fotógrafo Sérgio Silva cobria uma das manifestações contra o aumento da tarifa no transporte público em São Paulo quando foi atingido por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar. O impacto foi tão forte que o disparo o fez perder seu olho esquerdo. O ocorrido foi amplamente divulgado na época, mas o caso ainda não teve solução. Sérgio acionou a Justiça pedindo uma indenização do governo estadual por danos morais, mas, em agosto de 2016, o fotógrafo teve sua demanda rejeitada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que responsabilizou Sérgio exclusivamente pelo ferimento.

Sérgio, no entanto, optou por não ficar calado perante o veredicto. Ele criou um abaixo-assinado na Change.org pedindo que a Justiça paulistana reveja a decisão da primeira instância. “O que fazer diante de tamanha injustiça? É difícil saber ao certo. Mas eu escolho resistir e sei que tenho muitas pessoas ao meu lado”, escreve o fotógrafo na petição.

Confira o abaixo-assinado: www.change.org/baladeborracha

A pressão não parou por aí: Sérgio resolveu recorrer à segunda instância e, nesta quarta-feira, dia 27 de setembro, o recurso será julgado novamente pelo TJ-SP. No mesmo dia, o fotógrafo fará uma entrega simbólica ao órgão público das mais de 72 mil assinaturas alcançadas com o abaixo-assinado.

Sérgio Silva foi atingido por uma bala de borracha da PM em 2013 e perdeu a visão do olho esquerdo
Sérgio Silva foi atingido por uma bala de borracha da PM em 2013 e perdeu a visão do olho esquerdo

Ao falar sobre seu caso, Sérgio ressalta que não foi o único a ser atingido pela represália da polícia. “Assim como muitos outros profissionais, eu estava registrando o protesto. Naquela noite, a Polícia Militar reconhece haver disparado 506 balas de borracha. Não sou a única vítima daquela jornada em que as forças policiais sitiaram as ruas centrais da cidade: mais de 100 pessoas foram feridas e outras 200, presas”, conta.

“Antes de ser ‘o fotógrafo que perdeu o olho’, sou um ser humano mutilado pela Polícia Militar. O órgão que perdi não era essencial apenas para minha profissão: era essencial para a minha vida“, acrescenta.

“Não sou culpado pela bala de borracha que me cegou”, diz Sérgio
“Não sou culpado pela bala de borracha que me cegou”, diz Sérgio
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