Fotógrafo ferido em protesto é considerado ‘culpado’ pela justiça
O profissional foi atingido por policiais durante uma manifestação contra o aumento da tarifa
A Justiça de São Paulo não aceitou o pedido de indenização ao fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, que ficou cego após ser atingido por uma bala de borracha durante um protesto no centro da cidade, em junho de 2013. Ele trabalhava na cobertura da manifestação, quando a Polícia Militar feriu seu olho esquerdo.
O juiz Olavo Zampol Junior determinou que o pedido de indenização é improcedente por não considerar o Estado culpado pela violência que Silva sofreu. De acordo com a decisão, o fotógrafo assumiu os riscos de seu ofício “ao se colocar entre os manifestantes e a polícia, permanecendo em linha de tiro, colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências de que pudesse acontecer.”
Zampol alega não estar sendo “insensível ao drama” e afirma que os profissionais da imprensa sabem que devem se prevenir. “A imprensa quando faz coberturas jornalísticas de situações de risco sabe que deve tomar precauções, justamente para evitar ser de alguma forma atingida.”
Relembre o caso
Em 14 de junho de 2013, Sérgio Andrade da Silva estava fazendo a cobertura de um ato contra o aumento da tarifa dos transportes na região central de São Paulo.
No mesmo dia, outros setes repórteres do jornal ‘Folha de S.Paulo’ foram atingidos no protesto. Entre eles, estavam Giuliana Vallone e Fábio Braga, que levaram tiros de bala de borracha no rosto.
Culpado por fotografar?
Fotógrafos e profissionais da imprensa demonstraram apoio nas redes sociais ao caso de Sérgio Silva por meio da hashtag #CulpadoporFotografar. Confira abaixo: