Funcionárias da Caixa denunciam presidente por assédio: ‘tocava no seios, nas partes íntimas”

A quarta-feira, 29, começou conturbada para o governo Bolsonaro com a explosão de denúncias de assédio sexual feita por funcionárias contra o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

O executivo é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base nas denúncias feitas pelas funcionárias do banco. Segundo elas, Pedro Guimarães pedia abraços em contextos constrangedores e fingindo ser sem querer deixava a mão escapar e a passava nos seios e partes íntimas das funcionárias.

Elas falaram a TV Globo sob condição de anonimato.

Uma delas disse: “Eu considero um assédio. Foi em mais de uma ocasião. Ele tem por hábito chamar grupo de empregados para jantar com ele. Ele paga vinho para esses empregados. Não me senti confortável, mas, ao mesmo tempo, não me senti na condição de me negar a aceitar uma taça de vinho. E depois disso ele pediu que eu levasse até o quarto dele à noite um carregador de celular e ele estava com as vestes inadequadas, estava vestido de uma maneira muito informal de cueca samba canção”.

“Quando cheguei pra entregar, ele deu um passo para trás me convidando para entrar no quarto. Eu me senti muito invadida, muito desrespeitada como mulher e como alguém que estava ali para fazer um trabalho. Já tinha falado que não era apropriado me chamar para ir ao quarto dele tão tarde e ainda me receber daquela forma. Me senti humilhada”.

Outra funcionária contou que passava por constrangimento na frente de colegas.

“Por exemplo, pedir para abraçar, pegar no pescoço, pegar na cintura, no quadril. Isso acontecia na frente de outras pessoas. E, às vezes, essas promessas eram no pé de ouvido e na frente de outras pessoas. mas de forma com que outras pessoas não ouvissem.

Segundo ela, havia assédio durante as viagens. “Comigo foi em viagem, nessas abordagens que ele faz pedindo, perguntando se confia, se é legal. Abraços mais fortes, me abraça direito e nesses abraços o braço escapava e tocava no seio, nas partes íntimas atrás, era dessa forma”.

Outra funcionária afirmou que o presidente da Caixa era do tipo insistente.

“Eu só fingi que estava bebendo o vinho e tudo e aí ele ele começou a fazer umas brincadeiras. Aí na hora de pagar a conta pediu um abraço. Aí falou: ‘Ah’. Eu tentei manter a distância. ‘Ah, um abraço maior’. Eu fiquei muito sem graça, que eu já vi que ele já, né? A gente já sabe da fama. Eu sabia da fama dele já, então eu me reservei o máximo possível. E aí ele: ‘não, mas abraça direito. Abraça direito, porque é… você não gosta de mim’. Aí na hora que ele, na terceira vez que ele fez eu abraçar ele, ele passou a mão na minha bunda”.

“E aí. Fora assim, várias fotos. Ele, toda vez que vai tirar foto pega na cintura da gente com uma intimidade que não existe e isso deixa a gente muito constrangida. É muito sem graça assim. Eu me sinto meio violentada mesmo, quando ele tem esse tipo de atitudes, sabe?”

Algumas funcionárias ainda relataram que desistiram de usar o canal de denúncias oferecido pela Caixa, pois elas dizem que ficaram sabendo de outros casos que lá foram denunciados e não foram levados adiante. Além disso, elas souberam de vítimas que até sofreram retaliações.