Garota de 10 anos sofre racismo em papelaria do Rio
A mãe da criança quis resolver a situação de imediato e ainda encontrou resistência da polícia em registrar o caso
A mãe de uma garota de 10 anos fez uma denúncia alegando que a filha foi alvo de racismo em uma papelaria de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, enquanto escolhia o material escolar junto com a amiga. Segundo Jaiane dos Santos, elas teriam sido acusadas de furto.
Em um vídeo, Jaiane surge discutindo com o funcionário da Tid’s Papelaria para defender as meninas e diz: “só vou sair com a polícia”.
“Para mim, foi racismo. Porque pela nossa cor eles ficaram vigiando elas dentro da loja. Eles já estavam de olho nelas e eu não percebi. Já estava seguindo ela dentro da loja. E eu só fui perceber isso depois. Estava falando com o meu esposo no telefone”, disse Jaiane.
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Após desligar, ela abordou o segurança para explicar que as meninas estavam acompanhadas. No entanto, de acordo com a mãe, elas já estavam sendo acusadas.
“Você está acusando elas de roubo? Elas roubaram alguma coisa? Pegaram alguma coisa pra vocês ficarem seguindo ela dentro da loja?”, teria perguntado Jaiane.
Conforme diz a família, a situação gerou danos emocionais na criança, que está assustada com o que ocorreu.
“Agora estou com medo de entrar nas lojas sozinha. Eu vou quando minha mãe for à loja, vou ficar grudadinha com ela pra isso não acontecer mais”, disse a criança.
A mãe também denuncia o descaso sofrido na hora de fazer o registro da ocorrência.
“Chegando à delegacia, os policiais nem olharam na minha cara, falaram pra eu ir pra delegacia da mulher, na parte de cima. Chegando lá, o rapaz que estava lá me explicou que eu podia fazer o boletim on-line”, conta ela.
Jaiane espera que outras situações como essa possam ser evitadas.
“Mais respeito com a gente da nossa cor. Que o racismo acabe, né? Que isso não volte a acontecer com mais ninguém, com mais nenhuma mãe”, pede a mãe.
Outro lado
De acordo com o advogado da Tid’s Papelaria, a empresa está analisando o caso junto aos funcionários. Ele também diz que a loja não compactua com nenhum comportamento racista ou preconceituoso.
A Polícia Civil foi procurada para esclarecer a dificuldade no registro de ocorrência na Delegacia de Niterói. A corporação diz que está apurando a situação e que o relato não condiz com a metodologia de atendimento das delegacias.