Ginecologista de Rondônia é condenado por estupro de 15 pacientes
O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) condenou o ginecologista Pedro Augusto Ramos da Silva, 59, a 130 anos de prisão em regime fechado pelo estupro de 15 pacientes durante consultas em Ariquemes – a 204 km de Porto Velho. A sentença foi julgada em 1ª instância e cabe recurso.
Os abusos ocorreram entre setembro de 2014 e fevereiro de 2015 em um hospital particular, um posto de saúde municipal e no hospital regional do município. De acordo com a Justiça, o médico agia de maneira semelhante em todos os casos. Ele mandava as pacientes tirarem a roupa, deitarem na maca e, no exame ginecológico, as masturbava.
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Em um dos casos denunciados, o ginecologista praticou violência sexual durante o tratamento de um aborto espontâneo em uma paciente. “O réu atendeu a vítima nos fundos do hospital, onde não havia movimento de pessoas. Posteriormente, ele determinou que a paciente se despisse e deitasse na maca, quando se posicionou entre as pernas da vítima e a masturbou por trinta minutos, mesmo com a paciente pedindo para encerrar o ato”, diz a sentença.
O médico foi condenado a oito anos e oito meses de prisão pelos estupros a cada paciente, totalizando 130 anos. Ele está preso desde fevereiro de 2015 na Casa de Detenção de Ariquemes. Ele já tem antecedentes criminais, com condenação em Feijó (AC) e Porto dos Gaúchos (MT).
A juíza da 2ª Vara Criminal de Ariquemes, Cláudia Mara da Silva, afirmou que as vítimas são “mulheres corajosas, resilientes, que enfrentaram um obstáculo talvez inatingível, passaram por cima de sua própria intimidade para impedir que outras incontáveis mulheres viessem a serem vítimas de fatos semelhantes”.
Fui assediada no ginecologista
Durante três meses, repórteres do Catraca Livre apuraram histórias de abuso sexual em ginecologistas. De acordo com a pesquisa on-line, feita com leitoras de todo o país, 374 mulheres (53%), de um total de 700 participantes, afirmam já terem sofrido abuso sexual ou moral durante as consultas.