Gisele Bündchen critica Michel Temer após decreto sobre Amazônia
O Governo Federal liberou uma área entre o Pará e o Amapá para exploração mineral
A modelo Gisele Bündchen manifestou nesta quinta-feira, dia 24, seu apoio contra a decisão do presidente Michel Temer em extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca).
Por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira, dia 23, o Governo Federal liberou uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá – o equivalente ao tamanho do estado do Espírito Santo – para a exploração mineral.
Em sua conta no Twitter, Gisele compartilhou um link da ONG WWF-Brasil sobre a decisão e escreveu: “VERGONHA! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados”.
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Esta não é a primeira vez que a modelo usa as redes sociais para se pronunciar sobre decisões ambientais. Em junho, ela fez um pedido direcionado ao presidente. “Michel Temer, vete as propostas que ameaçariam 600km de hectares de área protegida na Amazônia brasileira”, escreveu. Relembre o caso aqui.
Veja o post:
- Entenda o caso:
O Governo Federal publicou nesta quarta-feira, dia 23, no Diário Oficial da União (DOU), o decreto que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), criada em 1984, na época da Ditadura Militar. Agora, uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá está liberada para a exploração mineral.
Com a revogação da reserva, a região que tem alto potencial para extração de ouro e outros minerais, como ferro, manganês e tântalo, poderá ser explorada pela iniciativa privada. Dos 4 milhões de hectares, cerca de 2,3 milhões ficam em território amapaense, em áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca, Mazagão e Porto Grande.
A proposta de extinção da Renca faz parte do novo pacote de medidas do Governo Federal para aumentar o setor mineral do país e vem sendo discutida desde o início do ano.
Assinado pelo presidente Michel Temer, o decreto ressalta que a abertura da área vai respeitar as normas de preservação ambiental. “A extinção de que trata o art. 1º não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”, diz a publicação.
A liberação das áreas preocupou ambientalistas. “O que nos surpreende é a falta de diálogo e de transparência do governo que, por meio de um decreto, abre para mineração uma área que coloca em risco os povos indígenas e unidades de conservação de relevante potencial ecológico bem no coração da Amazônia”, destaca o coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel de Souza Santos.
Segundo ele, o Brasil não pode continuar insistindo em abrir suas áreas protegidas em prol de interesses privados. “Há compromissos de clima e biodiversidade que assumimos internacionalmente e salvaguardas socioambientais que devem ser consideradas nestes processos”, defende Santos.
Em julho, o WWF Brasil divulgou um relatório sobre a Renca em que aponta que a abertura colocará em risco nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d’Este.
O Governo Federal ainda não divulgou as regras para a concessão das áreas liberadas.
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