Governo da África do Sul exige que metade do time nacional de rúgbi seja de jogadores negros
O jogador de rúgbi negro sul-africano Siya Kolisi se definia há dois anos como um dos ‘palhaços’ de seu time, o Stormes, da África do Sul. Sempre sorrindo e desfrutando de cada piada ele explicou sua atitude em entrevista à um jornal local: “Sorrio para não me esquecer de minhas origens”. Um futuro improvável para negros no esporte, cujo Siya é exceção, representa a própria natureza da seleção nacional do esporte, a Springboks. Mas uma nova cota criada pelo governo do país pretende mudar esse cenário.
Há anos o time vive um permanente debate sobre se sua composição deveria responder de forma mais proporcional a diversidade racial de seu país. A ideia do rúgbi como um elemento de integração entre as raças tem ganhado força desde 1995 – com o Apartheid e acontecimentos que mudaram o rumo histórico do país.

Siya Kolisi é um dos oito jogadores negros convocados pelo treinador Heyneke Meyer para o campeonato mundial de rúgbi. The Congress of South Africa Trade Union (Cosatu), a principal organização sindical do país, com 21 organizações afiliadas e 1,8 milhões de trabalhadores, valorizou o gesto como um ponto positivo, depois de ameaçar a queimar camisetas caso o Springboks não selecionasse jogadores negros na lista dos convocados.
A população branca, que não chega a um décimo do país, representa 70% do time nacional. Como resposta, o governo exigiu que os jogadores negros representem a metade de todos os times nacionais e locais do país até 2019.