Graffiti faz a ponte entre professores e alunos da rede pública

14/03/2012 13:38 / Atualizado em 04/05/2020 11:00

A arte urbana pode diminuir a distância entre alunos e professores. Essa foi premissa que norteou o trabalho de Baixo e Raquel Ribeiro na criação de um projeto de qualificação profissional por meio do graffiti para professores da rede pública. A ação é parte do Eduqativo – Instituto Choque Cultural, que baseia-se nos conceitos da educomunicação para incorporar a arte urbana à pedagogia.

A formação já é realizada anualmente em São Paulo desde 2008 e inclui quatro encontros presenciais, além de algumas atividades optativas. Uma das estratégias utilizada pelo Eduqativo é a comparação de grafiteiros com artistas consagrados. Além de falar sobre a história e a técnica dos artistas de rua, a ideia é relacionar, por exemplo, os muros de Speto com os murais de Portinari, os desenhos de Titi Freak com as telas de Matisse ou as intervenções de Zezão com as de Gordon Matta-Clark.

“O grafite já está na grade curricular do Estado, mas acontece de o professor não ter vivência nem repertório para trabalhar esse tema.”, explica Raquel. “Muitas vezes o aluno sabe mais do que ele”, completa. Por isso a proposta do projeto não é dar oficinas em escolas, “Não queremos tirar a autoridade do professor, muito pelo contrário. Queremos subsidiá-lo para que ele mesmo dê essas aulas”, esclarece a educadora.

divulgaçãoO projeto surge num contexto em que a arte urbana se prolifera e os professores se deparam com dificildades para atrair a atenção dos jovens
O projeto surge num contexto em que a arte urbana se prolifera e os professores se deparam com dificildades para atrair a atenção dos jovens

Além de assistir às aulas teóricas, os professores são convidados a ir até a rua conferir de perto o trabalho dos grafiteiros. O projeto “Professor: já pra rua” surge num contexto em que a arte urbana se prolifera rapidamente e os professores se deparam com uma dificuldade cada vez maior em atrair a atenção dos jovens para dentro da escola. Em 2012, a ideia é que o projeto se entenda para os CEUs e em 2013, para outras regiões da cidade além da Sul e Oeste, onde já atua.