Grafiteiros ocupam batalhões da tropa de choque

Ao contrário do que foi informado pela organização de evento, Crânio não participará do festival.

01/11/2016 07:54 / Atualizado em 12/11/2016 16:38

Dias 12 e 13 de novembro [de 2016], em São Paulo, os Batalhões do CHOQUE abrirão suas portas ao público para a primeira edição de um festival de street art.

O Festival tem por propósito esclarecer as autoridades policiais sobre a legitimidade do trabalho dos artistas na rua e mostrar a sociedade, como um todo, o poder transformador e de diálogo da arte, mesmo em tempos globais de ódio e repressão acentuada.

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Ousado, o evento rompe barreiras físicas e sociais e leva o “graffiti” para os muros de um dos primeiros complexos policiais do Estado e um dos de maior relevância histórica para o Brasil.

“Nós não só estamos pintando os muros da polícia, nós estamos pintando os muros da polícia onde por dezenas de anos só haviam os brasões da instituição e, estamos fazendo com que todos, sem censura por parte do cidadão comum – apreciem o trabalho como de fato ele é, uma arte.” Disse Pagu, um dos artistas e produtor do Festival junto com Andrea Franco.

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Todos os envolvidos estão trabalhando de forma voluntária, segundo o artista Tito Ferrara: “receber por esse trabalho comprometeria a credibilidade de tudo que está sendo proposto.”

Mazza que tem ido cada vez a mais países por causa do graffiti disse que “é um evento inusitado e complexo, mesmo considerando os principais eventos promovidos em outras capitais da street art no mundo.”

Rui Amaral, que já foi detido dezenas de vezes por fazer parte da primeira geração do graffiti no Brasil, pontuou: “Quando me perguntam por que estou fazendo isso, eu entendo a estranheza das pessoas, mas não é só uma estranheza pelo ineditismo do que está acontecendo, as pessoas querem saber como o graffiti pode dialogar com o Estado. Mas, esse é o objetivo de toda arte de protesto, existir ao ponto de ser percebida. Falar ao ponto de ser ouvida.”

Para Dorinho Bastos, cartunista no O Pasquim durante o Regime Militar e atualmente professor da USP “é preciso acabar com a cultura da violência e de desinformação. O diálogo é essencial para esses propósitos.”

Outros artistas como Petrus Fidalga (Mais Amor Por Favor) e Wark Rocinha confirmaram presença no evento e ressaltaram a importância política e histórica das intervenções.

Perguntados sobre onde pintar depois do CHOQUE, os produtores da RUΔ, Pagu e Andrea Franco, disseram que estão articulando uma edição que deve acontecer em um dos quatro presídios de segurança máxima existentes no Brasil.

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Os batalhões que integram o Festival estarão abertos ao público das 9h às 19h.Localização: Rua Dr. Jorge Miranda, 789 – Luz, São Paulo – SP, 01106-000
Acesso pelo Metro: Estação Tiradentes
Ponto de referência: Museu de Arte Sacra