Grávida usa lei contra aborto para contestar multa de trânsito
Brandy Bottone usava uma pista que exige duas pessoas no veículo, e ao ser parada pela polícia, mostrou que a outra pessoa estava na sua barriga
Uma mulher grávida do Texas, nos Estados Unidos, disse que vai usar a lei contra aborto legal para contestar uma multa de trânsito alegando que sua bebê, ainda não nascida, deveria contar como passageiro. Ela foi multada por dirigir em uma pista destinada apenas a veículos com mais de uma pessoa a bordo.
Brandy Bottone, de 32 anos, recebeu a multa de US$ 275 (mais de R$ 1,4 mil) em 29 de junho, após ser parada pela polícia.
Ela argumentou que, com a retirada do direito constitucional ao aborto pela Suprema Corte dos Estados Unidos, sua bebê deve contar como uma pessoa. Bottone, que está grávida de 34 semanas, quer contestar a multa na Justiça.
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Ela falou que o incidente aconteceu depois que ela usou a pista destinada a carros com pelo menos dois passageiros a bordo porque estava com pressa para pegar seu filho de seis anos. Assim que deixou a pista, foi parada pela polícia.
Bottone disse ao jornal local Dallas Morning News que, quando perguntada se havia outros passageiros em seu veículo, apontou para a barriga e falou ao policial: “Minha bebê está bem aqui. Ela é uma pessoa”.
No entanto, o policial teria dito que a pista exigia pelo menos duas pessoas “fora do corpo” e a multou mesmo assim.
A mãe que foi parada por policiais no Texas falou que levou em consideração todo o contexto atual da discussão sobre o aborto quando argumentou contra a multa de trânsito.
“Pensei que [ser parada pela polícia] era algo estranho e disse ‘com tudo o que está acontecendo, especialmente no Texas, isso conta como um bebê”, disse Bottone ao jornal Washington Post.
Além disso, ela disse que já tinha usado a pista para veículos com mais de um passageiro durante sua gravidez anterior. Embora tenha falado ao jornal que acredita que as mulheres devam ter uma escolha sobre o que fazem com seus corpos, “isso não quer dizer que eu também seja pró-vida (em favor do direito ao aborto)”.