Greve dos caminhoneiros diminui pela metade poluição de SP

Os dados são do Sistema de Informações de Qualidade do Ar, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)

A poluição é responsável por muitas mortes na cidade
Créditos: Getty Images/iStockphoto
A poluição é responsável por muitas mortes na cidade

A greve dos caminhoneiros, que teve início há 10 dias, trouxe impactos positivos para São Paulo. Segundo o Sistema de Informações de Qualidade do Ar, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a queda no tráfego reduziu pela metade a poluição na cidade.

De acordo com informações da Agência Brasil, o diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), Paulo Saldiva, revelou os dados durante o evento “Diálogos Interdisciplinares sobre Governança Ambiental da Macrometrópole paulista”.

“Houve uma redução de 50% da poluição na capital paulista. Esse é um episódio raro e vamos estudar suas consequências na saúde pública. Quem sabe, essas evidências quantitativas sirvam de argumento para a criação de políticas públicas”, afirmou Saldiva.

Poluição e qualidade do ar

Na tarde de segunda-feira, 28, quando os caminhoneiros ainda estavam paralisados, a qualidade do ar na capital paulista era considerada boa em todas as estações de medição e para todos os poluentes analisados, algo difícil de ser registrado.

No último dia 21, os caminhoneiros anunciaram a paralisação, bloqueando rodovias e impedindo o transporte de mercadorias e produtos. Como consequência, houve voos cancelados, supermercados não fizeram reposição de produtos, a frota de ônibus foi reduzida em todo o país, assim como postos de gasolina pararam de funcionar por falta de combustível. As ruas da cidade de São Paulo desengarrafaram.

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro

De acordo com a comparação dos dados diários medidos pela Cetesb, os índices de poluição aumentaram quando houve a liberação do rodízio na cidade, seguido de uma forte queda após a falta de combustível e a redução de carros e a frota de ônibus nas ruas.

A equipe de pesquisadores teve a oportunidade de medir a poluição de São Paulo em uma outra experiência rara: a greve dos metroviários em maio de 2017. Naquela época, no entanto, a poluição atmosférica dobrou.

A estimativa, desta vez, é que com a redução de carros e ônibus nas ruas, pelo menos seis mortes por dia serão evitadas na capital paulista. “Só teremos essa resposta mais para frente, com os cálculos prontos”, disse Saldiva.

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