Grife leva peças produzidas por detentos à passarela do São Paulo Fashion Week

Projeto Flor de Lotus ensina técnicas de tricô e crochê a detentos em Minas Gerais

03/11/2014 10:17 / Atualizado em 04/05/2020 15:07

Após dois anos afastado da São Paulo Fashion Week, o estilista paulistano Valdemar Iódice volta às passarelas dando um tom alaranjado para coleção de inverno 2015. Mesmo que laranja não seja a principal tendência da próxima estação.

Em parceria com a estilista mineira Raquell Guimarães, dona da grife Doisélles, a dupla promete ser o grande destaque no calendário da moda paulistana com o projeto Flor de Lótus, que ensina técnicas de tricô e crochê a detentos de um presídio de Juiz de Fora e Belo Horizonte.

Fundadora da grife de moda Doisélles, a estilista Raquell Guimarães leva o trabalho dos detentos para a passarela do SPFW
Fundadora da grife de moda Doisélles, a estilista Raquell Guimarães leva o trabalho dos detentos para a passarela do SPFW - Picasa

Laranja é o Novo Preto

Com a iniciativa, oito detentos de presídios de segurança máxima foram responsáveis pela produção de 20 peças de tricô para a coleção que será apresentada no desfile. Inspirada na tribo africana Wodaabe, as roupas são mescladas com detalhes de tricô, crochê e macramê em um total de 30 looks.

Pelo direito de recomeçar

Além das passarelas, personalidades de outras áreas também já protagonizaram ações dentro de sistemas prisionais no Brasil. Caso de Alex Atala, que em parceria com a ONG Gastromotiva, ofereceu em agosto deste ano um curso básico de culinária na Penitenciária Feminina de Sant’ana, em São Paulo. A oficina, que teve um total de 20 aulas de quatro horas, foi idealizada e bancada pelo juiz Jayme Garcia dos Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Hoje, a ex-detenta Lucimara Agenor, de 37 anos, trabalha na cozinha da Ong Gastromotiva.