Grupo “Mulheres contra Bolsonaro” volta a ser atacado por hackers

22/09/2018 12:50 / Atualizado em 05/05/2020 11:55

Com mais de 2,7 milhões de seguidoras, o grupo “Mulheres Contra Bolsonaro” voltou a ser atacado. Agora usando táticas diferentes.

Com a ajuda do Facebook, o grupo consegue evitar os hackers que, agora, usam a tática da infiltração. Homens assumem perfil de mulheres para serem aceitas. Ou mulheres mudam o seu perfil para que se mostrem favoráveis ao deputado.

Com isso, o processo de aceitação de novas seguidoras está muito lento,  já que as moderadoras têm de ser ainda mais criteriosas. Nos últimos dias, as moderadoras estão tentando fazer uma faxina na página, mas continuar a chegar pedidos de entrada de centenas de infiltrados.

A meta do grupo é atingir nos próximos dias a marca de 3 milhões de seguidoras.

O grupo de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” virou um fenômeno nas redes sociais, sofreu ataques de hackers  – o site teve de sair do ar, mas voltou com a ajuda do Facebook.

Uma  moderadora também foi ameaçada via Whatsapp. A mensagem do invasor dizia que ela deveria sair do grupo ou seus dados também seriam expostos. Em seguida, suas informações pessoas foram enviadas pelo aplicativo como prova de que não estavam para brincadeira.

Uma das administradores recebeu ameaças via WhatsApp
Uma das administradores recebeu ameaças via WhatsApp - Reprodução / WhatsApp

Por meio do perfil da administradora hackeado, ofensas aos membros do grupo foram postadas na página. “Esquerdistas de merda” foi um dos xingamentos enviados às integrantes. “O grupo é plural e voltado à mulheres de diferentes posicionamentos políticos”, ressaltam.

Os hackers usaram o perfil de administradoras do grupo para fazer os posts
Os hackers usaram o perfil de administradoras do grupo para fazer os posts - Reprodução / Facebook

O grupo teve o nome alterado mais de uma vez para “Mulheres Com Bolsonaro”, e a descrição e capa da comunidade foram alteradas através de uma terceira moderadora que teve seu perfil na rede social invadido.

“É de conhecimento geral que os apoiadores do fascismo utilizam-se dos meios mais sórdidos para tentar calar aqueles que não aceitam passivos a disseminação do discurso de ódio proferido pelo candidato que fazemos frente de resistência absoluta”, afirmam as responsáveis pelo grupo.

O grupo teve seu nome alterado mais de uma vez
O grupo teve seu nome alterado mais de uma vez - Reprodução/Facebook

“Mulheres ocupando espaços de fala nas redes sociais e na mídia, ocupando as ruas e exigindo o devido respeito aos seus direitos conquistados incomoda e muito aqueles que nos querem caladas e submissas, trancadas na esfera do privado, encarceradas. A nossa voz definitivamente não será amordaçada! Não recuaremos um segundo sequer perante ameaças! Sofremos constantes tentativas de silenciamento, assediadas diariamente, somos ameaçadas de estupro, de morte, de termos nossos nomes e informações expostas”, ressaltam elas.

As administradoras do “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” ainda reiteram que não vão revidar aos ataques. “Revidar com o ódio, não nos pertence! Não atacamos e nem atacaremos de volta, não queremos nos assemelhar aqueles que tanto repudiamos e de quem estamos tentando proteger nosso país.”

“Nossa resposta será nas urnas, onde iremos mostrar a força das mulheres, pois nossa união não é feita através da violência, mas na certeza de que juntas somos mais fortes e que temos o poder de direcionar nosso país para longe de um discurso racista, misógino e homofóbico”, finalizam.