Guedes volta atrás em discurso sobre parasitas: ‘Peço desculpas’
O ministro da Economia comparou servidores públicos a parasitas durante uma palestra no Rio de Janeiro e foi duramente criticado
O ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes pediu desculpas por ter comparado servidores públicos a parasitas, em mensagem enviada pelo aplicativo WhatsApp para jornalistas, amigos e familiares.
“Eu me expressei muito mal, e peço desculpas não só a meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido. Eu não falava de pessoas e sim do risco de termos um estado parasitário, aparelhado politicamente financeiramente inviável”, se explicou Paulo Guedes.
Na última sexta-feira, 7, Guedes defendeu a reforma administrativa, durante palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. “O governo está quebrado. Gasta 90% da receita toda com salário e é obrigado a dar aumento de salário. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo, o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático, não dá mais. A população não quer isso, 88% da população brasileira são a favor inclusive de demissão de funcionalismo público, de reforma, de tudo para valer”, disse o ministro.
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Guedes disse também que suas declarações foram tiradas do contexto e que ele não quis ofender ninguém.
“Tiram do contexto. Falei de Estados e municípios em caso extremos. Quando toda a receita vai para salários e nada para saúde educação, e segurança”, justificou.
“O erro é sistêmico e não é culpa das pessoas que cumprem os seus deveres profissionais como é o caso da enorme maioria dos servidores públicos”, afirmou o ministro da Economia.
Em suas desculpas, Guedes tentou explicar sua afirmação durante a palestra.
“Se o Estado existe para si próprio então é como um parasita (o Estado perdulário) maior que o hospedeiro (a sociedade). Eu não falava de pessoas, falava dos casos extremos em que municípios e Estados gastam todas as receitas com salários elevados de modo que nada sobrava para educação, segurança, saúde e saneamento”, continuou Guedes.
Para ele, o trabalhador tem que arcar com o caos orçamentário criado pela má administração do dinheiro público. Vale destacar que Guedes não criticou a isenção de impostos para grandes empresas como algo ruim para o orçamento de estados e municípios, mas sim o salário dos servidores.
“Não se pode dar aumento automático de salários”. “O Estado, o governo municipal, o governo estadual neste caso vira um parasita maior que o hospedeiro, ou seja, a comunidade a quem deve servir”, insistiu o ministro no pedido de desculpas.