Guilherme de Pádua: como aconteceu o assassinato da filha de Glória Perez
O crime que chocou o Brasil aconteceu em 1992 e teve marcas de crueldade; Guilherme de Pádua e a esposa confessaram o assassinato na época
Guilherme de Pádua, morto devido um infarto neste último domingo, 6, foi um dos assassinos de Daniella Perez, filha de Glória Perez. O caso que repercutiu no Brasil em 1992 e que levou ele e sua então mulher Paula Thomaz à prisão voltou à tona recentemente quando o crime foi destrinchado no documentário da HBO Max “Pacto brutal: o assassinato de Daniella Perez”.
No dia 28 de dezembro de 1992, Daniella Perez, que protagonizava a novela “Corpo e Alma”, exibida pela Rede Globo, foi brutalmente assassinada por seu colega de profissão e então par romântico na ficção, Guilherme de Pádua. Ele teve ajuda de sua então esposa, Paula Thomaz, para executar o crime.
Depois das gravações da novela, aproximadamente às 21h, os artistas, Daniella e Guilherme, saíram juntos dos estúdios, e até foram abordados por fãs que pediam para tirar uma foto. Pouco depois, tomaram rumos diferentes, Guilherme foi na frente em seu carro acompanhado de sua então esposa Paula, e logo depois, atrás deles, vinha Daniella.
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No meio do caminho, Guilherme estacionou no acostamento da via, aguardando o carro de Daniella Perez passar, para supostamente resolver assuntos pendentes com ela.
Ele percebeu que ela parou o veículo em um posto de gasolina para abastecer. Nesse momento, Guilherme a cercou de tal forma que seria impossível Daniella sair com o veículo de lá. Assim, a atriz precisou descer de seu carro.
Assim que reconheceu quem era a pessoa, Daniella foi ao seu encontro para entender o que houve. Essa foi a oportunidade na qual o ator se aproximou e socou o rosto de Daniella, lhe causando um desmaio instantâneo.
Com a vítima apagada, Guilherme a deitou no banco de trás de seu carro. Sua esposa, Paula, levou o veículo em direção a um matagal localizado na rua Cândido Portinari na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, ao passo que Guilherme foi a caminho do local combinado, dirigindo o carro de Daniella Perez.
Ao pararem os carros, o casal levou Daniella, ainda sem consciência, para dentro do mata e por lá desferiram contra a jovem perfurações no pescoço (quatro), no peito (oito), pulmões (seis), além de perfurações em outros locais não vitais.
Em um primeiro momento, apontava-se que a arma do crime teria sido uma tesoura, porém a autópsia constatou que o instrumento usado seria um objeto semelhante a um punhal.
Após o crime
Depois de executarem a atriz, o casal parou em um posto de gasolina, solicitando que um dos frentistas lavasse bem o carro, com objetivo de fazer desaparecer eventuais vestígios da cena criminal.
Com o automóvel limpo, foram para casa. Ao chegarem, Paula resolveu descansar, pois estava grávida de quatro meses. Por outro lado, Guilherme decidiu fazer caminhada por Copacabana, onde acredita-se que ele tenha arremessado a arma do crime no fundo do mar.
No dia seguinte, a notícia de que a atriz Daniella Perez havia sido brutalmente assassinada já estava na imprensa, e, para despistar qualquer suspeita, Guilherme foi ao funeral da atriz e chegou até consolar sua mãe, Glória Perez, seu marido, o ator Raul Gazolla, além dos demais amigos presentes.
Ainda nesse dia, o casal foi confessar à polícia serem os autores do crime. Isso porque, na noite anterior, o advogado Hugo da Silveira, ao ver os dois carros parados em um local ermo na Barra da Tijuca, anotou a placa de um dos carros, “OM 1115”, e acionou imediatamente a polícia, relatando ter visto uma cena suspeita, razão pela qual dois policiais foram averiguar o que poderia ter acontecido.
Ao chegarem ao local, notaram que havia apenas um dos carros, o Escort de Daniella, abandonado. Um dos policiais decidiu entrar no matagal, onde acabou tropeçando no corpo de Daniella.
Por conta disso, no dia do velório, a polícia compareceu até os estúdios de gravação da novela, no objetivo de achar algum carro Santana com a placa indicada. Porém, acharam um Santana de placa “LM 1115” de propriedade do ator Guilherme de Pádua. Ao longo das investigações, foi descoberto que o ator mudou a placa do carro com fita isolante, ficando ainda mais evidente a premeditação do crime.
“Eu assumi esse crime sozinho. Eu nunca tive medo de assumir isso, nunca tive medo de arcar com as consequências, nunca tive medo nem de morrer”, afirmou o ator na época do crime.
Paula Thomaz e Guilherme de Pádua foram presos e julgados por homicídio duplamente qualificado. Paula foi condenada a 18 anos e meio de prisão, e Guilherme, a 19 anos.
Pouco depois da prisão, o casal se separou. Os dois saíram da prisão antes de cumprirem 7 anos de pena, em 1999.