Há cem anos, mulheres davam início à 1ª greve geral do Brasil

Com informações da BBC Brasil

Primeira página do jornal “A Gazeta” em 1917

A primeira greve geral do Brasil começou em junho de 1917, muito antes de a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) estar em vigor, com cerca de 400 operários, a maioria, aliás, operárias, numa fábrica da Mooca, na zona leste de São Paulo. As informações são da repórter Camilla Costa, da BBC Brasil.

Os empregados da fábrica têxtil Cotonifício Crespi cruzaram os braços e exigiam aumento de salários, redução das jornadas de trabalho, entre outras coisas. Em apenas algumas semanas, a greve se espalhou por diversos setores da economia, pelo Estado, pelo Rio e Porto Alegre.

Ela não foi anunciada como greve geral, diferentemente da que tivemos nesta sexta-feira, dia 28, que foi convocada por centrais sindicais. Segundo o historiador Claudio Batalha, da Unicamp, explicou à BBC Brasil, ela não tinha bandeiras gerais no início: começou com solicitações específicas (como contra o assédio, no caso das funcionárias do Cotonifício Crespi) e os setores foram aderindo ao movimento aos poucos, “alguns por solidariedade”.

Só depois passou a incluir pautas gerais, ligadas ao trabalho em geral. A paralisação durou mais de 30 dias e o acordo foi fechado entre autoridades, organizações trabalhistas e foi mediado por jornalistas.

“A primeira tentativa de lidar com a greve foi de repressão. Essa era a tônica do período, tanto que houve mortes. Parte do processo de ampliação da greve, inclusive, se deveu a essas mortes”, explica o historiador. E emenda: “Até hoje a solução repressiva pode ser um desserviço às autoridades. Se a gente pensar nos protestos de 2013, a virada no número de pessoas em São Paulo foi quando houve uma repressão desproporcional à manifestação”.

Leia a íntegra da reportagem.

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