Hacker diz que entregou mensagens de Moro para Intercept de graça

Se confirmada a ação voluntária e gratuita do hacker, o valor jornalístico de todo o material divulgado pelo Intercept se torna valioso

25/07/2019 17:26

O Hacker Walter Delgatti disse que entregou as mensagens do celular do ministro Justiça Sergio Moro, para o site Intercept de graça, em depoimento a Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, 25. Ele foi preso na Operação Spoofing, junto com outros 3 suspeitos, acusado de ser o invasor do celular de Moro e de procuradores da Lava Jato.

Hacker diz que entregou mensagens de Moro para Intercept de graça
Hacker diz que entregou mensagens de Moro para Intercept de graça - Reprodução

Delgatti disse que entregou as mensagens de Telegram, obtidas de forma ilegal, ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Itercept, de forma anônima, voluntária e gratuita.

Os contatos com Greenwald, segundo o preso, foram virtuais, somente pelo aplicativo de conversas Telegram, e ocorreram depois que os ataques aos celulares das autoridades já tinham sido efetuados.

Em depoimento, Delgatti afirmou ainda ter agido neste caso por não concordar com os caminhos da Lava Jato. A apuração da PF é a de que o grupo hackeava contas do Telegram e contas bancárias por dinheiro.

Greewald

A polícia agora trabalha para confirmar se as informações dadas por Delgatti, de que agiu de forma voluntária e sem pedir dinheiro em troca, são verdadeiras.

No Twitter, Greewald sugeriu que a confissão converge com o que o Intercept vem alegando desde o início: que o material é fruto de ação voluntária e que o único papel do site foi receber e avaliar o interesse público.

“Para ser claro, não estou afirmando que a pessoa acusada pela PF é de fato nossa fonte. Nós não comentamos sobre nossas fontes. Eu estou apenas destacando o que a pessoa que PF e Folha disseram ser a nossa suposta fonte”, comentou o jornalista.

Em outra mensagem, Greenwald escreveu: “Dada essa informação nova e verdadeira, a única maneira pela qual Bolsonaro e Sergio Moro podem criminalizar nosso jornalismo é se renunciarem a qualquer pretensão de que o Brasil ainda é uma democracia.”