Hebe Camargo: mais de 60 anos dedicados à televisão brasileira
A apresentadora foi responsável por comandar a primeira atração da TV no Brasil voltada especialmente para o público feminino
No dia 29 de setembro de 2012, o Brasil amanheceu de luto. “Morre uma das mais importantes personalidades da televisão brasileira”, dizia o noticiário. “Estamos perdendo uma mulher que é uma espécie de história viva no país.” No Twitter, a hashtag #HebeVidaeLuz despontava como um dos assuntos mais comentados no microblog.
Na madrugada daquele sábado, morria a apresentadora Hebe Camargo, após sofrer uma parada cardíaca em sua casa no Morumbi, zona sul de São Paulo. Ela lutava contra um câncer no peritônio, diagnosticado em janeiro de 2010.
Hebe morreu aos 83 anos de idade, dos quais mais de 60 foram dedicados ao que ela mais gostava de fazer: cantar e estar no palco das principais atrações da TV brasileira.
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A mulher que marcou o início da TV no país
Nascida em 1929, em Taubaté, a 130 km de São Paulo (SP), Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani começou sua carreira artística cantando. Seu pai, o maestro Fêgo Camargo, era violinista do cinema da cidade e a levava para participar de corais em igrejas.
Um dos primeiros empregos de Hebe foi de arrumadeira, na casa de um parente rico. Em 1943, quando sua família foi para São Paulo, ela passou a se apresentar como Carmem Miranda em programas de rádio.
Foi nessa época que ela também formou o quarteto Dó-Ré-Mi-Fá, ao lado da irmã Stela e de duas primas. Mais tarde, com o quarteto desfeito, Hebe e sua irmã formaram uma dupla sertaneja: Rosalinda e Florisbela.
Em 1955, estreou como apresentadora do “O Mundo é das Mulheres”, a primeira atração da televisão brasileira voltada especialmente para o público feminino. Antes disso, ela já havia iniciado na TV como substituta de Ary Barroso em seu programa de calouros.
Na década seguinte, em 1966, Hebe começou um dominical que levava seu nome na TV Record. O programa chegou a alcançar 70% da audiência da época. Em 1973, ela resolveu se dedicar a seu único filho, Marcello, e por isso deixou a televisão por um tempo, até voltar a aparecer na TV Bandeirantes, em 1982.
No dia 4 de março de 1986, a apresentadora finalmente entrou no SBT, comandando um programa que se estenderia até 2010. Ali, ela eternizou seus famosos selinhos nos entrevistados e tornou popular a expressão “gracinha”. O primeiro selinho da Hebe foi com a cantora Rita Lee, em 1997.
Pelo sofá de seu programa, passaram artistas como Shakira, Xuxa, Laura Pausini, Nair Belo, Dercy Gonçalves, seu conterrâneo Amácio Mazzaropi, Thalia, Ney Matogrosso, Alcione e Ricky Martin.
Em dezembro de 2010, Hebe assinou contrato com a RedeTV! e estreou na emissora em março de 2011, onde ficou até setembro de 2012, quando acertou retorno ao SBT.
“Meus lindos, nem acredito!!! Estou de volta ao SBT, meu coração está disparado! Feliz feliz feliz feliz!!”, escreveu no Twitter. A morte da apresentadora, no entanto, aconteceu antes de ela estrear seu retorno à emissora.
Carreira como cantora
Presente em programas de entrevista, Hebe não deixou de lado sua carreira musical. Ao longo da sua estrada, ela lançou sete discos, o primeiro em 1960 e o último em 2010, que contou com participações de Roberto Carlos e Daniel Boaventura. Em todos os discos, o repertório conta com canções românticas.
Em homenagem à sua distinta trajetória, deve estrear, neste ano, um musical sobre a vida e a carreira da apresentadora. A idealização do projeto é de Claudio Pessutti, sobrinho e empresário de Hebe. A produção deve ter mais de 50 pessoas no elenco, incluindo cantores, dançarinos e atores. Ainda não foi divulgado quem será a atriz que a interpretará.
Com informações do SBT e G1.
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