Homem de 21 anos acusa o vocalista do grupo Molejo de estupro
No boletim de ocorrência constam os detalhes revelados pela vítima às autoridades
O vocalista do grupo Molejo, Anderson Leonardo, está sendo acusado de estupro por um rapaz de 21 anos que compareceu na 33ª Delegacia de Polícia do Rio (Sulacap) e fez o registro de um boletim de ocorrência contra o artista. As informações são do colunista Alessandro Lobianco, do programa ‘A Tarde É Sua’.
O rapaz afirma que sofreu violência do cantor no dia 11 de dezembro e, em seu depoimento às autoridades, ele fala que Anderson supostamente teria marcado uma reunião, mas em vez de ir para algum local onde os dois pudessem realizar uma refeição e conversar sobre trabalho, Anderson o teria o levado para um motel chamado ‘Queen’. Ele ainda diz que teve estranhamento ao entrar no local e que teria ficado constrangido com toda situação. “Calma, é uma reunião sigilosa que pode mudar a sua carreira”, teria dito Anderson ao rapaz.
O jovem relatou que depois de ter tirado o seu aparelho celular de suas mãos e desligado, Anderson o teria jogado na cama e então teria fica pelado, dando dois tapas em seu rosto. Ele fala que ficou assustado e chorou quando o vocalista do Molejo teria dito: “Não chora seu filha da puta, sua vagabund* piranh*”.
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Na sequência, Anderson teria arrancado à força as vestes da vítima, que desesperadamente teria dito: “Para que sou virgem”. O cantor, de acordo com o boletim, teria respondido: “Put* não é virgem”, e depois insistentemente teria tentado penetrar seu pênis no homem. O rapaz afirma que tentou repelir Anderson com empurrões e que depois de muito insistir o vocalista “conseguiu o seu designo” e contra sua vontade o penetrou. Ele conta ainda que Anderson não utilizou camisinha, nem lubrificante e que, por ter muita dificuldade para penetrá-lo, disse: “Por que você que é put*, piranh*, eu não consegui enfiar meu pa* em você”.
Seguindo com os relatos, o rapaz teria confirmado ao cantor que era virgem quando começou a sangrar. Na hora do nervosismo, o jovem disse à polícia que desmaiou, sendo acordado em seguida pelo acusado. No momento em que ele teria restabelecido seus sentidos, teria escutado Anderson dizer: “Que merda que eu fiz”.
O jovem afirmou na delegacia que tem como prova uma cueca usada e que contem manchas de sangue. Nela seria possível identificar também vestígios de esperma deixados por Anderson. Ele fala que conheceu o vocalista do Molejo há oito meses e que havia demonstrado, na ocasião, o interesse em realizar um trabalho artístico com o cantor.
De acordo com a vítima, ele não fez a denúncia de Anderson na época dos fatos, por vários motivos, um deles é ter ficado com muito medo de retaliações por parte do artista, pois afirmou que Anderson teria muito conhecimento em meio à criminosos. Além disso, afirma que teve medo de noticiar o fato no seu meio social e familiar, por ser lido como uma pessoa oportunista e não acreditarem em sua narrativa.
O cantor não se pronunciou até o momento sobre o caso.
Como agir em caso de estupro
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento).
Uma pessoa que tenha passado por esta situação normalmente encontra-se bastante fragilizada, contudo, há casos em que a vítima só se apercebe do ocorrido algum tempo depois. Em ambos os casos, é muito importante que a vítima tenha apoio de alguém quando for denunciar o ocorrido às autoridades, pois relatar os fatos costuma ser um momento doloroso. Infelizmente, apesar da fragilidade da vítima é importante que ocorra a denúncia para que as autoridades possam tomar conhecimento do ocorrido e agir para a responsabilização do agressor.
Antes da reforma do Código Penal em setembro de 2018, alguns casos de estupro só podiam ser denunciados pela própria vítima. Isso mudou, o que significa que se outra pessoa denunciar um estupro e tiver provas, o Ministério Público poderá processar o caso mesmo que o denunciante não tenha sido a própria vítima. Saiba como denunciar casos de assédio sexual ou estupro.