Homem é preso suspeito de estuprar e engravidar enteada deficiente

Ele também é acusado de estupro por três sobrinhas de 14, 16 e 18 anos. Os crimes acontecem desde 2011, segundo a polícia

23/07/2020 00:01

Um homem de 48 anos foi preso, nesta quarta-feira, 22, na zona rural de Manaus (AM), suspeito de estuprar e engravidar sua enteada de 28 anos que possui deficiência intelectual. Além disso, ele é investigado por abusar de outras três sobrinhas, de 14, 16 e 18 anos. Segundo a polícia, os crimes ocorriam desde 2011.

Homem é preso suspeito de estuprar e engravidar enteada deficiente
Homem é preso suspeito de estuprar e engravidar enteada deficiente - Divulgação/Polícia Civil

De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), as investigações iniciaram em fevereiro de 2019, após uma das vítimas, a adolescente de 14 anos, assistir uma palestra na escola e comparecer com a mãe na delegacia para fazer a denúncia. Ela contou que era estuprada pelo tio desde os nove anos.

“Logo após essa primeira denúncia, as outras adolescentes de 16 e 18 anos também formalizaram a ocorrência. Elas contaram que quando iam para a casa da avó, eram abusadas pelo suspeito que cometia atos libidinosos”, explicou a delegada Joyce Coelho.

A delegada afirma que o caso mais grave ocorreu com a enteada do suspeito, que é deficiente intelectual, e que diz ter engravidado do suspeito, mas teria tido um aborto espontâneo.

“Chegou para nós o relato dessa enteada de 28 anos, havia uma longa trajetória de abuso. Esses abusos sexuais aconteciam inclusive em conjunto com a mãe, que nega os fatos, mas ela também foi indiciada e atribui as acusações da filha à doença mental. Há relatos de familiares que contam que a moça chegou a engravidar do padrasto e perdeu o bebê”, contou.

Segundo a polícia, as vítimas estão aos cuidados de uma tia materna desde o momento da denúncia. A mãe da mulher com deficiência e o marido dela foram indiciados por estupro de vulnerável.

Abaixo separamos algumas orientações do que fazer se você for ou conhecer alguém vítima de estupro.

O que fazer caso eu seja vítima de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.

Caso o estupro já tenha ocorrido há algum tempo

  • Se a vítima decidir não buscar as autoridades policiais recomendamos, fortemente, que ela busque, pelo menos, cuidados médicos e psicológicos o mais rápido possível, já que a eficácia dos medicamentos para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da pílula do dia seguinte é determinada por essa rapidez. Recomenda-se também que o acompanhamento psicológico comece o mais breve possível.
  • É importante enfatizar que a busca da vítima por ajuda médica não tem nenhuma ligação com a polícia. A vítima tem sigilo médico-paciente e por isso, pode buscar ajuda médica logo após o fato e depois ir à autoridade policial quando se sentir preparada.
  • Contudo, em casos de menores de idade, o conselho tutelar pode ser acionado, especialmente se o suspeito for alguém próximo, sempre visando a preservação da criança ou do adolescente.
  • Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada busque uma delegacia normal).

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é uma política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.

Por meio de ligação gratuita e confidencial, esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 (dezesseis) países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.