Homem mata a mulher, foge e causa acidente em estrada do RJ
A arquiteta Thayane Nunes da Silva, 28, foi encontrada estrangulada no apartamento do casal
O homem suspeito de matar a mulher foi preso na manhã desta sexta-feira, 3, após se envolver em um acidente no litoral do Rio de Janeiro na fuga do crime.
A arquiteta Thayane Nunes da Silva, 28, foi encontrada estrangulada no apartamento do casal no bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio. As informações são do G1.
O comerciante Gilton Santos Pinto é o principal suspeito pelo crime. Ele chegou a publicar um vídeo em uma rede social pedindo ‘desculpas’, mas depois apagou.
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A polícia conseguiu recuperar a gravação. “Gente, eu estou aqui pedindo mil desculpas pelo que aconteceu hoje, para depois não me julgarem, julgarem os meus familiares. Porque a vida, é, ninguém sabe o que se passa com um casal”, disse Gilton.
Na fuga, Gilton se envolveu num acidente na noite de ontem com outros três carros na rodovia Rio-Santos, em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Ele e outras sete pessoas ficaram feridas na colisão, entre elas duas crianças.
O comerciante está internado no Hospital Geral da Japuíba sob custódia.
O crime
De acordo com a PM do Rio, o casal brigou em um quarto do apartamento e os vizinhos ouviram a discussão. Quando os policiais chegaram ao condomínio, encontraram Thayane morta. O marido já tinha fugido.
Thayane tinha mais de 40 mil seguidores em uma rede social, em que mostrava a rotina do casal, viagens e exercícios físicos. Gilton postava frases de amor e sempre aparecia ao lado da mulher nas fotos.
Entenda o que é feminicídio
Por dia, três mulheres são assassinadas, vítimas do feminicídio, no Brasil. A cada dois segundos, uma mulher é agredida no país. Quase 80% dos casos, os agressores são o atual ou o ex-companheiro, que não se conformam com o fim do relacionamento.
O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência doméstica. Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.
Para ser considerado feminicídio, o crime tem que se encaixar em dois tipos de casos:
Violência doméstica ou familiar
Quando o crime resulta ou é praticado juntamente à violência doméstica, o homicida é um familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela.
Esse tipo de feminicídio é o mais comum no Brasil, ao contrário de outros países da América Latina, em que a violência contra a mulher é praticada por desconhecidos, geralmente com a presença de violência sexual.
Além dos altos índices de homicídio de mulheres, existem ainda muitos casos de estupro e lesão corporal gerada por violência doméstica.
Menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher
Quando o crime resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher, geralmente com a presença de violência sexual.
Lei do Feminicídio
A lei 13.104/15, mais conhecida como Lei do Feminicídio, alterou o Código Penal brasileiro, incluindo como qualificador do crime de homicídio o feminicídio.
Também houve alteração na lei que abriga os crimes hediondos (lei nº 8.072/90). Essa mudança resultou na necessidade de se formar um Tribunal do Júri, ou o conhecido júri popular, para julgar os réus de feminicídio.
Alguns setores da sociedade questionam o objetivo de haver distinção entre o feminicídio e os homicídios comuns, mas vale ressaltar que o objetivo dessa diferenciação possui como foco o fato de que vivemos numa sociedade machista.
Ainda hoje, mulheres são muitas vezes submetidas a relacionamentos abusivos, à violência doméstica e a tratamentos degradantes e desumanos, pelo fato de serem mulheres.
Por isso, a violência e os homicídios decorrentes dessas características são corriqueiros.
A pena para o feminicídio é superior à pena prevista para os homicídios simples. Enquanto um condenado por homicídio simples pode pegar de 6 a 20 anos de reclusão, um condenado por feminicídio pode pegar de 12 a 30.
Há também uma proposta que torna feminicídio imprescritível circulando pela Comissão de Constituição e Justiça, no Senado.
A proposta, de autoria da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), recebeu parecer favorável do relator, Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Segundo a EBC, a senadora ressaltou que o Congresso Nacional tem feito sua parte, inclusive com a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, e da Lei do Feminicídio, em 2015, mas ela considera possível avançar mais.
Meta a colher, sim!
Os casos de violência doméstica denunciados podem frear os números de casos de feminicídio no Brasil. É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar neste link.