Homem que defendeu travestis era conhecido por caráter solidário

Com informações da Folha de S. Paulo

Fazia vinte anos que Luiz Carlos Ruas, o Índio , trabalhava nas dependências da estação Dom Pedro II, região central de São Paulo. Lá, no último domingo, 25, o paranaense de Guaraci, de 54 anos, perdeu a vida após tentar defender duas amigas travestis, moradoras de rua, perseguidas por Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins.

Dono de uma barraquinha onde vendia água, refrigerante, biscoito, chocolate e demais sortidos, o comerciante era conhecido por seu caráter solidário. “Ele não era homofóbico. Tratava todo mundo bem. Dava café para os faxineiros do Metrô que não podiam pagar. Era muito querido ali” revelou a testemunha do seu assassinato, Ivani Kohara, em entrevista jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira, 27.

Em São Paulo desde os 16 anos, ambulante era conhecido por todos na região onde foi assassinado

Em São Paulo há 38 anos, Índio chegou à capital paulista ainda na adolescência quando, assim como toda família, começou a trabalhar como ambulante, vendendo pipoca na porta de uma igreja. Nesta época, conheceu Maria de Oliveira com quem conviveu por três décadas.

Agredido por socos e pontapés, Índio foi levado ao pronto-socorro Vergueiro, mas não resistiu aos ferimentos. Morreu aos 54 anos, vítima da intolerância que assola o mundo dos dias atuais.

Maria Aparecida Ruas, a irmã, conta que seu Luiz nunca gostou de violência e jamais havia se envolvido em uma confusão. “Ele começou a trabalhar com nove anos. Não tinha sábado, domingo, feriado. Tanto que estava trabalhando na noite de Natal”, afirma. Confira mais no site da Folha.