Mulher morre após não conseguir atendimento em hospital do Rio
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro anunciou que está investigando o caso
Uma mulher de 54 anos morreu após ter o atendimento médico negado ao buscar ajuda na emergência do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Pena, na zona norte do Rio de Janeiro. O caso aconteceu no último sábado, 28.
Irene de Jesus Bento passou mal no último final de semana e foi ao hospital na companhia de um dos filho, no entanto, ao chegar na unidade de saúde ela demorou para ser atendida.
Desesperado, o filho da mulher entrou em uma das salas dos hospitais e flagrou uma médica sentada, mexendo no celular. Inconformado, ele questionou porque a profissional não atendia sua mãe e ouviu da mesma que não estava atendendo ninguém naquele momento e que precisava dos prontuários médicos para poder dar início aos atendimentos.
Ainda de acordo com o filho da vítima, Rangel Marques, de 35 anos, após cerca de uma hora uma enfermeira mediu a pressão de sua mãe e disse que estava normal, recomendando que ele fosse buscar ajuda em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) porque o caso da senhora não era grave o suficiente para ser resolvido na emergência do hospital.
Seguindo a recomendação, o rapaz levou a mãe à UPA da Penha, onde chegou por volta das 15h, de acordo com informações da Agência Estadão. No local, Irene sofreu uma parada cardiorrespiratória e necessitou de atendimento imediato. Por volta das 19h15 do mesmo dia ela voltou a sofrer uma segunda parada cardiorrespiratória.
Horas depois, os médicos da UPA informaram a Rangel que seria necessário transferir sua mãe até o Hospital Getúlio Vargas.
“Os médicos não conseguiram entubar minha mãe, porque ela estava com um caroço na garganta. Lá pelas 23h me chamaram e contaram que precisariam transferi-la para o Getúlio Vargas, mas não garantiram que ela sobrevivesse e por isso queriam minha autorização para a transferência”, relatou ele em entrevista à TV Globo.
“Eu falei ‘claro, ué, vou deixar ela morrer aqui?’ Aí a colocaram na ambulância e levaram. Eu fui correndo e vi quando ela chegou, já com os olhos fechados. Para mim, já estava morta”, lamentou o rapaz.
De acordo com o laudo médico, Irene morreu por volta da meia-noite de sábado. O corpo da senhora foi enterrado na última segunda-feira, 30.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro anunciou que instaurou uma comissão para investigar a morte da paciente, além de uma sindicância para averiguar a responsabilidade dos envolvidos no caso.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) também está investigando o caso e pode punir os médicos responsáveis.