Família não sabia que idoso foi usado em teste da Prevent com cloroquina
Paciente morreu em abril de 2020 sem que familiares soubessem do estudo
Na última semana, a CPI da Covid recebeu um dossiê feito por médicos e ex-médicos do plano de saúde Prevent Senior sobre irregularidades na pesquisa de medicamentos contra o novo coronavírus, como a cloroquina. Rogério António Ventura, de 83 anos, morreu depois de participar do estudo sem o consentimento da família.
O idoso morreu no dia 25 de abril de 2020 sem receber diagnóstico de infecção pela covid-19.
Ele é o paciente 192 em uma lista com 636 nomes, um dos nove mortos durante os testes com hidroxicloroquina associada à azitromicina. A Prevent ocultou sete óbitos.
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Os familiares souberam que o idoso participou dos testes, mesmo que involuntariamente, depois de serem contados pela reportagem da Globonews.
O prontuário mostra que Ventura tinha problemas cardíacos, era hipertenso e apresentou quadro de arritmia ao chegar ao hospital.
Dossiê Prevent Senior
A pesquisa realizada Prevent Senior, apoiada por Jair Bolsonaro (sem partido), foi usada nas redes bolsonaristas para a defesa da prescrição médica de remédios sem eficácia comprovada no combate à covid-19.
Segundo o dossiê, nove pacientes que foram usados como cobaias morrem nos testes, mas apenas dois óbitos constam no relatório final.
Assim que a denúncia chegou, a CPI convocou Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da empresa Prevent Senior, a depor.
Na última quinta-feira, 16, no entanto foi informado que ele não comparecerá à Comissão devido à falta de tempo hábil para o deslocamento do diretor-executivo.