Influencer é hackeada e chantageada com pedido de nudes

Kate Botelho Viana é criadora do perfil "Como vai, gordinha", no Instagram

20/08/2020 11:36

A influenciadora digital Kate Botelho Viana, criadora do perfil “Como vai, gordinha“, teve sua conta no Instagram hackeada.  Para ter a página de volta, ela relatou que o criminoso exigiu que ela enviasse nudes.

No perfil, a influencer compartilha conteúdo sobre moda para pessoas gordas e empoderamento feminino. As informações são do UOL.

A influenciadora digital Kate Botelho Viana, teve sua conta no Instagram hackeada, conta que foi chantageada com pedido de nudes
A influenciadora digital Kate Botelho Viana, teve sua conta no Instagram hackeada, conta que foi chantageada com pedido de nudes - Reprodução/Instagram

À polícia, Kate contou que teve que usar um segundo perfil na rede social para negociar com o criminoso a retomada do @comovaigordinha -que teve o nome trocado.

Um dos prints das conversas que a influenciadora levou à Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI), no Rio de Janeiro, onde mora, o criminoso diz “Send me nudes” (“me envie nudes”, em português).

A influenciadora digital foi orientada a registrar a ocorrência como estupro, uma vez que crime teria passado de invasão e roubo de dados para um crime sexual. Para a polícia, o caso é de estupro virtual.

Desabafo

Kate fez um desabafo e disse que não ia se intimidar. “Quem toma conta de mim não dorme! Sim Ele meixxxxmo, Deus! Se tentaram apagar o meu brilho porque sou uma gorda ‘ativista’ do amor próprio e da aceitação do corpo gordo, sorry, not today satan! E nem dia nenhum!”, escreveu ela já de posse de seu perfil no Instagram.

Legislação

No Brasil, há duas leis que estabelecem diretrizes de bom uso e protegem os direitos dos internautas.

A primeira dela é o Marco Civil da Internet, criado em 2014, que estabelece a utilização da internet no Brasil, indicando os direitos e deveres dos internautas e das entidades que fornecem serviços virtuais.

Os crimes cometidos na web são qualificados da mesma forma que os crimes fora da rede, pelas mesmas leis e com as mesmas punições
Os crimes cometidos na web são qualificados da mesma forma que os crimes fora da rede, pelas mesmas leis e com as mesmas punições - iStock/@matejmo

Aliado ao Marco Civil, a lei Carolina Dieckmann, criada em 2012, proíbe a tomada de dispositivo de outra pessoa para ter, mudar ou eliminar dados do proprietário do dispositivo.

A lei diz que invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita, a pena é de três meses a um ano de prisão, além das multas.

Ela se estende a quem fabrica, oferta, compartilha, vende ou expande dispositivo ou programa de computador com o objetivo de motivar a realização de ação criminosa. A punição pode ser maior se ficar provado que tal invasão trouxe como resultados danos financeiros.

Como denunciar?

A primeira coisa para fazer a denúncia de crimes virtuais é ter em mãos todos os dados referentes à ação. A pessoa lesada precisa salvar tudo que pode ajudar na comprovação do crime.

Entre os dados, incluem-se e-mails, fotos da tela (prints), informações do infrator (endereço de e-mail que foi enviado pra você, por exemplo), mensagens em rede sociais e tudo mais que possa servir de prova.

Importante: guarde todos os elementos e documentos consigo.

Cuidado: segurança digital também significa ficar de olho na infinidade de dados que compartilhamos na web
Cuidado: segurança digital também significa ficar de olho na infinidade de dados que compartilhamos na web - iStock/@jemastock

Com todos os dados na mão, registre em cartório os documentos com ata notarial. Isso vai fazer com que a evidência tenha autenticidade, confirmando que tudo que está ali é verdadeiro. Saiba mais como denunciar crimes virtuais.