Influenciadores usam posts pagos para campanha pró-Bolsonaro
As redes sociais proíbem o impulsionamento de conteúdo para terceiros
Influenciadores têm feito anúncios pagos no Facebook para promover campanha ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e criticar seu adversário, Fernando Haddad (PT). As redes sociais proíbem o impulsionamento de conteúdo para terceiros.
Segundo a lei eleitoral, apenas candidatos, partidos políticos, coligações e seus representantes podem usar esse recurso. A regra diz que posts pagos devem ser descritos como propaganda eleitoral e não podem ter críticas a outros candidatos.
Além de influenciadores digitais, ex-candidatos e pessoas comuns aparecem entre os que patrocinam a campanha de Bolsonaro. Por exemplo, um usuário identificado como Ricardo Santi, que está por trás de vários sites, não segue as regras descritas acima. O influenciador pagou 11 anúncios para promover Bolsonaro e criticar Haddad.
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De acordo com informações da Folha de S.Paulo, algumas publicações impulsionadas são da página “Eu amo meu nordeste”. Há postagens que mostram Cid Gomes (PDT) criticando o PT e o candidato Bolsonaro anunciando 13º salário para beneficiados pelo Bolsa Família.
Santi também impulsiona conteúdo por meio da página “Operação Bolsonaro” e mantém os perfis “Reacionário de Topete” e “Time Bolsonaro”.
Em nota enviada ao jornal, o Facebook afirmou que respeita a Justiça brasileira. “Cumprimos decisões judiciais de remoção de conteúdo específico, nos termos da legislação eleitoral e do Marco Civil da internet”, diz o comunicado.
WhatsApp notifica agências
Após o esquema descoberto pela Folha de S. Paulo, o WhatsApp enviou notificação extrajudicial para as agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market determinando que elas cancelem o envio de mensagens em massa e parem de usar os números de celulares obtidos pela internet. As contas dessas agências na rede social também foram banidas.
Segundo a reportagem publicada nesta quinta-feira, 8, empresários bancaram ilegalmente campanhas anti-PT com pacotes de disparos de mensagens em massa no WhatsApp. A prática é proibida pela legislação eleitoral porque representa uma doação não declarada feita por empresas.
Se forem comprovadas as irregularidades, a agência AM4 e outras serão notificadas pela Justiça. De acordo com o WhatsApp, o envio de mensagens com conteúdo eleitoral não fere as regras desde que utilize apenas nomes e telefones de apoiadores dos próprios candidatos, que voluntariamente os cederam.
Porém, o que foi feito é ilegal, pois diversas agências venderam bases de usuários de terceiros, de origem desconhecida, segmentadas por região e perfil. “Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a estas empresas”, informou o WhatsApp em nota.
Nesta sexta-feira, 19, a a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a ministra Rosa Weber, fará uma reunião com PT e aliados para discutir o caso.