Inmet diz que ciclone no Sul do Brasil pode ser tão forte que vire furacão
O ciclone atingirá o Rio Grande do Sul e Santa Catarina com rajadas de vento extremamente fortes, em alguns pontos com velocidade acima de 120 km/h
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) admitiu que o ciclone que chega ao Sul do Brasil, nesta terça-feira, 17, e perdura na quarta-feira, 18, pode ser tão forte, ter ventos tão intensos, que chegue a escala em que é considerado furação.
O ciclone de trajetória incomum e rara intensidade atingirá o Rio Grande do Sul e Santa Catarina com rajadas de vento extremamente fortes, destrutivas em alguns pontos com velocidade acima de 120 km/h. Tecnicamente, uma das classificações para furacão é quando os ventos ultrapassam 120 km/h, segundo o Inmet.
Em coletiva de imprensa, o Inmet deu detalhes técnicos sobre o ciclone. “A gente já fazia previsão de ventos fortes quando a Marinha emitiu uma nota classificando-o na categoria superior, que é tempestade subtropical”, disse a coordenadora-geral de Meteorologia do Inmet, Marcia Seabra.
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
O diretor do Inmet, Miguel Ivan, lembrou que a Marinha nomeia um ciclone quando ele tem relevância e pode ter grande impacto na vida de pessoas. “Ele pode subir na costa do Rio Grande do Sul, entre Santa Catarina, Paraná e até o sul de São Paulo. Começa nesta noite. No Rio Grande do Sul fica mais intenso na madrugada de amanhã e depois se desloca”, ressaltou.
Orientações para proteção
O diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, deu orientações gerais para a população buscar proteção. “No caso de ventos de 100 km/h, precisamos primeiro orientar a população para que busque informações nos sistemas de Defesa Civil. Àqueles que estão em área de risco, pedimos que cadastrem os celulares enviando um SMS para o número 40199 com o CEP da região onde moram. A partir daí, começam a receber alertas pelo celular”, informou.
Segundo Braun, ventos como esses estimados podem causar “destelhamento, queda de pequenas árvores, queda de postes e, com isso, interrupção de energia elétrica”. “Por isso é importante que a população evite sair de casa com a chegada desses ventos.”
Chegada do ciclone
O ciclone deve chegar pela região sul do Rio Grande do Sul e o vento extremo está previsto para começar ainda na tarde e noite desta terça-feira. Primeiramente pela região extremo Sul e depois para áreas mais ao Sul da Lagoa dos Patos. Pela noite, os ventos se moverão pela Lagoa dos Patos e pelo litoral até áreas mais ao Sul do Litoral Norte gaúcho.
“No começo da quarta, o vento sopra forte na Serra e atinge com mais força áreas entre o Norte da Lagoa dos Patos e o Litoral Norte. Por isso, em Porto Alegre, o pior do vento deve ocorrer no final da terça e nas primeiras horas da quarta”, informou a MetSul Meteorologia.
Ainda de acordo com a MetSul, o Sul e o Leste do Rio Grande do Sul serão as regiões mais castigadas com vento, em média, de 90 km/h a 110 km/h, mas rajadas em alguns pontos que podem atingir de 110 km/h a 130 km/h, em especial no Litoral Sul e na área da Lagoa dos Patos e seu entorno.
A agência, que é hoje um dos principais geradores de conteúdo de informação meteorológica do Conesul, enfatizou que “existem dados de modelos projetando velocidades ainda maiores, da ordem de 130 km/h a 150 km/h e isoladamente superiores, sobre áreas do Litoral Sul e da Lagoa dos Patos”.
“Em Porto Alegre, a estimativa da MetSul é de rajadas, em média, de 80 km/h a 100 km/h, mas, adverte-se, a topografia da cidade e a presença da lagoa ao Sul e do Guaíba a Oeste podem resultar em vento superior a 100 km/h com algumas projeções indicando vento extremo em pontos mais ao Sul da cidade e próximos da Lagoa dos Patos acima de 120 km/h”, explica agência.
Cidades mais ao Sul da área metropolitana como Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão podem ser igualmente castigadas, mas o Vale do Sinos, pelo seu relevo, costuma ter vento menos intenso em ciclones, mas pode registrar rajadas muito fortes.
Ainda de acordo com a MetSul, o Litoral Norte gaúcho também deve sofrer com vento forte a intenso com rajadas perto ou acima de 100 km/h e potencialmente mais intensas.
“Em Santa Catarina, o vento pode ser muito forte também no Sul do estado com as rajadas mais intensas ocorrendo no Litoral Sul, onde em alguns pontos devem ficar próximas ou acima de 100 km/h, como nas áreas de Passo de Torres, Balneário Rincão e Laguna”, aponta a agência especializada em meteorologia.