Italiano é furtado e esfaqueado por travestis na Virada Cultural

Notícia surtiu efeito bastante preconceituoso nas redes sociais, fazendo com que internautas generalizassem a condição de travestis e transgêneros

20/05/2019 12:43

Durante o show da Preta Gil na Virada Cultural, em São Paulo, que fechou o palco da diversidade no domingo, 19, um italiano foi furtado e esfaqueado por travestis.

De acordo com informações do UOL, testemunhas afirmaram que o jovem Alessandro Ducci, de 28 anos, teria sido assediado pelas travestis e recusou a investida. Em seguida, ele foi agredido e esfaqueado pelas travestis, que receberam ajuda de mais dois homens nas agressões.

Em entrevista exibida na TV Globo, a vítima disse: “Ela [uma das travestis] verificou que eu tinha um celular. E, quando escondi, eles começaram a usar facas. E começaram a roubar minha carteira, meu celular e me deixaram no chão. E disseram: ‘Assim que você vai lembrar como é o Brasil’.”, disse o italiano.

As quatro pessoas apontadas como agressoras foram presas. A polícia informou que os suspeitos chegaram a trocar de roupas para não serem identificados.

Travestis atacam italiano durante Virada Cultural
Travestis atacam italiano durante Virada Cultural - reprodução/TV Globo

Opinião

A notícia sobre o esfaqueamento de Alessandro Ducci já percorreu as redes sociais, e muita gente resolveu destilar seu ódio contra o público LGBT ao generalizar o crime cometido por essas duas travestis.

O que o público se esquece é que a maioria dos presos no Brasil é homem heterossexual. De acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de 2016, há mais de 726 mil presos no país, sendo que 95% deles são homens.

Ora, se vamos generalizar, podemos dizer, então, que todo homem é um potencial criminoso?

Não.

É o mesmo que fizeram com as travestis. Se duas furtaram e esfaquearam outro homem, que sejam presas e recebam a devida punição que a Justiça prever.

Colocar todo o público LGBT como potencial criminoso, além de ser absolutamente burro, é ofensivo e só demonstra que a sociedade prefere agir com preconceito a pensar um pouquinho.

Abaixo, recolhei oito comentários preconceituosos publicados a respeito da notícia divulgada nas páginas da UOL e da IstoÉ no Facebook (nenhum dos dois veículos citados têm relação com os comentários feitos).

 
  - reprodução/Facebook
 
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Assim como todo LGBT merece ser respeitado, todo LGBT que cometer um crime deve ser julgado conforme a lei. Não é porque alguns agem de forma ilícita que todo o resto deve ser suposto como tal.

Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não estão acima da lei, mas também não podem ficar abaixo. Devem ter os mesmos direitos e deveres como qualquer outro ser humano heterossexual e cisgênero.