Italiano é furtado e esfaqueado por travestis na Virada Cultural
Notícia surtiu efeito bastante preconceituoso nas redes sociais, fazendo com que internautas generalizassem a condição de travestis e transgêneros
Durante o show da Preta Gil na Virada Cultural, em São Paulo, que fechou o palco da diversidade no domingo, 19, um italiano foi furtado e esfaqueado por travestis.
De acordo com informações do UOL, testemunhas afirmaram que o jovem Alessandro Ducci, de 28 anos, teria sido assediado pelas travestis e recusou a investida. Em seguida, ele foi agredido e esfaqueado pelas travestis, que receberam ajuda de mais dois homens nas agressões.
Em entrevista exibida na TV Globo, a vítima disse: “Ela [uma das travestis] verificou que eu tinha um celular. E, quando escondi, eles começaram a usar facas. E começaram a roubar minha carteira, meu celular e me deixaram no chão. E disseram: ‘Assim que você vai lembrar como é o Brasil’.”, disse o italiano.
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As quatro pessoas apontadas como agressoras foram presas. A polícia informou que os suspeitos chegaram a trocar de roupas para não serem identificados.
Opinião
A notícia sobre o esfaqueamento de Alessandro Ducci já percorreu as redes sociais, e muita gente resolveu destilar seu ódio contra o público LGBT ao generalizar o crime cometido por essas duas travestis.
O que o público se esquece é que a maioria dos presos no Brasil é homem heterossexual. De acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de 2016, há mais de 726 mil presos no país, sendo que 95% deles são homens.
Ora, se vamos generalizar, podemos dizer, então, que todo homem é um potencial criminoso?
Não.
É o mesmo que fizeram com as travestis. Se duas furtaram e esfaquearam outro homem, que sejam presas e recebam a devida punição que a Justiça prever.
Colocar todo o público LGBT como potencial criminoso, além de ser absolutamente burro, é ofensivo e só demonstra que a sociedade prefere agir com preconceito a pensar um pouquinho.
Abaixo, recolhei oito comentários preconceituosos publicados a respeito da notícia divulgada nas páginas da UOL e da IstoÉ no Facebook (nenhum dos dois veículos citados têm relação com os comentários feitos).
Assim como todo LGBT merece ser respeitado, todo LGBT que cometer um crime deve ser julgado conforme a lei. Não é porque alguns agem de forma ilícita que todo o resto deve ser suposto como tal.
Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não estão acima da lei, mas também não podem ficar abaixo. Devem ter os mesmos direitos e deveres como qualquer outro ser humano heterossexual e cisgênero.