João de Deus diz não se lembrar de mulheres que o acusam de abuso

Médium voltou a negar as acusações de crimes sexuais

João de Deus, acusado de abuso sexual, depôs nesta quarta-feira, 26, ao Ministério Público do Estado de Goiás. Segundo o advogado Alberto Toron informou ao portal G1, o médium afirmou que não se lembrava das mulheres que o acusam e também negou que tenha cometido abusos contra mulheres que estavam em busca de tratamento espiritual.

O médium João de Deus em Abadiânia (GO)
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O médium João de Deus em Abadiânia (GO)

Toron afirmou que todas as perguntas foram respondidas. “Ele disse que não se lembrava de quem eram as vítimas, ressaltou que atendida muitas pessoas e que era impossível lembrar pelo nome, até porque não foi mostrada nenhuma foto.”

O advogado também comentou que as questões foram apenas ligadas às denúncias de abuso sexual. Perguntas sobre o dinheiro encontrado na casa do médium, armas e pedras preciosas não foram feitas.

De acordo com outro defensor do médium, Alex Neder, ele sempre fez atendimentos “acompanhado de várias pessoas”.

João de Deus está preso preventivamente  desde 18 de dezembro, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O depoimento começou cerca de 10h40 e acabou perto do meio-dia.

Denúncias

Os promotores iniciaram uma força-tarefa para apurar as denúncias contra o médium após relatos de mulheres virem à tona no programa Conversa com Bial, no início de dezembro. Até a manhã desta quarta-feira, o MP-GO recebeu quase 600 denúncias, por e-mail, contra o médium, informou a Agência Brasil.

Do total de relatos, a força-tarefa colheu 78 depoimentos de mulheres. Outra pessoa deve ser ouvida nesta tarde.

A mulher de João de Deus, Ana Keyla Teixeira, deve ser ouvida pela Polícia Civil nesta quarta-feira (26). Assim como o MP-GO, a corporação montou uma força-tarefa para apurar os crimes. Os policiais receberam 16 denúncias, sendo que nove viraram inquéritos – um deles já concluído e indicia o médium por violação sexual mediante fraude, e os demais seguem em andamento.