João Victor teve infarto após uso de droga, diz novo laudo
Com informações da Folha de S.Paulo
O adolescente João Victor Souza Carvalho, de 13 anos, morreu em decorrência de uma falha cardíaca após o uso de drogas, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo nesta quarta-feira, dia 12. O segundo laudo foi feito depois da exumação do corpo e confirmou o resultado do primeiro.
Novos exames no corpo do garoto, morto após uma confusão em frente a uma loja do Habib’s, concluíram que seu coração estava tão lesionado que parecia ao órgão de um idoso de 90 anos, de acordo com a Polícia Científica.
Por meio de nota, a SSP afirmou que não foram encontradas lesões traumáticas, inclusive em exames de tomografia computadorizada, como responsáveis pela morte. Esta versão contraria a da família, de que ele foi agredido por dois seguranças da lanchonete.
“Os exames histológicos realizados no coração de João Victor evidenciaram, novamente, lesões crônicas e extensas causadas por uso de drogas, a saber, cocaína e tricloroetileno, compatíveis com coração de indivíduo idoso, de cerca de 90 anos de idade, apesar de o jovem ter apenas 13 anos”, diz o texto.
Segundo o advogado da família do adolescente, Francisco Carlos da Silva, “não é de se estranhar o resultado” devido ao estado avançado de decomposição do corpo, “mas outras provas também terão que ser levadas em conta, não só o laudo oficial do IML. Como as testemunhas que viram o garoto ser espancado. O laudo é só mais uma prova”.
Relembre o caso
João Victor morreu no dia 26 de fevereiro em frente à rede de fast-food Habib’s da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital paulista. Um vídeo veiculado na internet mostra ele sendo arrastado por dois funcionários da lanchonete momentos antes de sua morte.
O caso está sendo investigado pelo 28º (Distrito da Polícia Civil), da Freguesia do Ó. Testemunhas ouvidas pela investigação contaram ter visto João ser agredido por funcionários do Habib’s.
A família de João Victor pede justiça. O menino vinha sofrendo ameaças de seguranças da lanchonete há dois meses, disse o pai do menino, Marcelo Fernandes de Carvalho, em depoimento.
Por meio de nota, a lanchonete informou que afastou os funcionários envolvidos no caso até o fim das conclusões da polícia para tomar outras medidas.
- Saiba mais sobre o primeiro laudo:
- Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil. Em 2016, outro caso chocou o país: policiais militares confundiram um saco de pipoca com drogas e mataram um adolescente no Rio de Janeiro. Relembre o caso aqui.