Jornal comunitário da Rocinha tem foco na cultura nordestina
Desde a primeira edição, lançada em maio de 2013, o 'Fala Roça' tem sido entregue de casa em casa aos moradores da comunidade
O ‘Fala Roça‘ é um jornal impresso, de periodicidade bimestral, formado por moradores da Rocinha, no Rio de Janeiro, com foco na cultura nordestina. A publicação foi criada em 2012 e teve o apoio da metodologia da ‘Agência de Redes para Juventude’.
“A ideia de ser um jornal voltado para o público nordestino surgiu da própria percepção dos integrantes que constataram que na Rocinha grande parte dos moradores era do Nordeste ou tinha parentes lá”, explica Beatriz Calado, integrante do ‘Fala Roça’. O jornal abriu espaço para outros assuntos sobre a região e, mesmo assim, descobriu que a maior parte do que acontece na Rocinha é co-relacionado ao Nordeste, desde as artes até o saneamento básico.
Desde a primeira edição, lançada em maio de 2013, a publicação tem sido entregue de casa em casa aos moradores da comunidade. Atualmente, a sétima edição está em fase de produção. Todos os integrantes do jornal são voluntários e não recebem remuneração.
Com tiragem de 5 mil exemplares, o ‘Fala Roça’ se difere dos veículos de comunicação tradicionais por apresentar uma visão da comunidade sobre ela mesma. Para isso acontecer, o jornal funciona de forma colaborativa, trazendo a participação de moradores do local na produção do conteúdo e estabelecendo o contato com as novas gerações que têm interesse na participação por dominarem as novas ferramentas de comunicação.
“O objetivo do ‘Fala Roça’ é se consolidar como canal de comunicação e estimular a produção de jornalismo comunitário dentro e fora da Rocinha, sendo referência para outros grupos e pessoas, sobretudo no que diz respeito à cultura nordestina”, afirma Michel, um dos idealizadores do jornal.
O financiamento inicial foi possível com o apoio da ‘Agência de Redes para Juventude’, que deu outra premiação ao projeto no ano passado. Em março deste ano, o periódico ganhou o edital de Ações Locais da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, criado para celebrar os 450 anos da cidade.
“Também este ano estamos participando de uma terceira banca da Agência, que vai nos avaliar novamente. Se estivermos aptos, seremos contemplados com um valor de aproximadamente R$ 25 mil. Mas nosso foco atualmente é em relação à captação de anúncios, para poder dar sustentabilidade ao jornal”, completa Beatriz.
É possível ler a versão online do veículo no site e acompanhar as atividades nos perfis das redes sociais, como Facebook e Twitter.