Jornalista mobiliza 23 mil pessoas para salvar reserva biológica no Rio de Janeiro
As obras do Arco Metropolitano, estrada feita para desafogar o tráfego na região metropolitana do Rio de Janeiro, colocaram em risco a Reserva Biológica do Tinguá. O consórcio de empresas responsável pela construção propôs alterar a categoria de conservação da área e transformá-la em parque nacional.
Com esta mudança, o Tinguá passaria a receber turistas e, assim, ficaria menos protegido. O jornalista Ricardo Portugal, que desde a década de 1980 acompanha a reserva, criou uma petição no site Change.org e conseguiu mais de 23 mil assinaturas. O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, respondeu o abaixo-assinado descartando a mudança da categoria de proteção do Tinguá.
“A mobilização superou as expectativas. As pessoas compreenderam o risco da mudança de classificação da reserva do Tingua, que não é um tema simples. Sabíamos que havia a intenção de mudar, às vezes velada e outras vezes bem explícita. As pessoas se movimentaram e foi uma grata surpresa”, comemora Portugal.
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O impacto na preservação da Mata Atlância e no manancial, cuja bacia é contribuinte do rio Guandu que abastece a região metropolitana, seria forte. De acordo com o jornalista, o local não atende às características para a prática de ecoturismo, por ser uma área de segurança hídrica, com a presença de represas e aquedutos de captação da empresa estadual de saneamento básico. Desde a época do Império, com obras construídas pelo engenheiro Paulo de Frontin, o Tinguá abastece o Rio de Janeiro.