Jovem é agredida ao dizer ‘não’ a um homem em boate de Curitiba

A jovem foi agredida depois de recusar a abordagem de um rapaz

Mais um caso de agressão e violência contra a mulher. Dessa vez, a ocorrência aconteceu na última sexta-feira, 7, em uma casa noturna de Curitiba, envolvendo uma jovem biomédica de 21 anos. Carla Barfknecht foi ofendida depois de recusar a abordagem de um rapaz de supostamente 25 anos. De acordo com a moça, o agressor iniciou uma confusão em seguida ao agredir um dos amigos dela.

“VEM COM ROUPA DE PIRANHA TA PEDINDO”, postou ela no Facebook. “Eu sofri na pele, na qual estou com marcas, simplesmente por estar usando um vestido com estampa de oncinha e por SER MULHER! Ao recusar drinks, convites para sair, ignorar as investidas e simplesmente tentar aproveitar a minha noite juntamente dos meus amigos”, desabafou na rede social.

“NAO QUERO NAO SOU OBRIGADA A TE BEIJAR E NEM NADA DO GENERO”, continuou. “Eu fui xingada da forma mais esdrúxula que conheço por um ser humano que não deve ter mulheres na família ou não sabe o valor do respeito”.

Em entrevista ao UOL, a jovem disse não saber o nome do agressor. A briga foi apartada pelos seguranças da casa noturna. Carla foi atendida no ambulatório e acionou a polícia militar, mas segundo elas, os agressores não foram encaminhados à delegacia. A jovem registrou boletim de ocorrência e disse confiar na ajuda da casa noturna para identificar os agressores.

Confira a postagem que a  garota fez no Facebook:

“‘VEM COM ROUPA DE PIRANHA TA PEDINDO’ na noite passada na Shed Western Bar Curitiba, eu sofri na pele, na qual estou com marcas, simplesmente por estar usando um vestido com estampa de oncinha e por SER MULHER! Ao recusar drinks, convites para sair, ignorar as investidas e simplesmente tentar aproveitar a minha noite juntamente dos meus amigos, eu disse ‘NAO QUERO NAO SOU OBRIGADA A TE BEIJAR E NEM NADA DO GENERO’ eu fui xingada da forma mais exdrúxula que conheço por um ser humano que não deve ter mulheres na família ou nao sabe o valor do respeito. Meus amigos, obviamente me defenderam e houve um princípio de discussão que logo se dissipou. Quando tudo parecia resolvido, afinal xingamentos na nossa sociedade estão caindo na naturalidade. O covarde, esperou um momento de distração meu e do meu amigo para nos atacar PELAS COSTAS, iniciando uma briga covarde pois além dele outras pessoas estavam presentes e sendo coniventes. No ímpeto da minha raiva, indignação e desespero de ver o meu amigo sendo agredido, esqueci o meu lado frágil de mulher e parti para cima do machista. Se ele pode agredir, por que eu não? Por ser mulher? Aqui não. E foi de igual pra igual, o fato dele ter o dobro da minha altura e do meu peso, não me impediram de defender o meu amigo e me defender. Embora eu não seja a favor da violência eu fiz o QUR foi necessário Na tentativa de ajudar o meu amigo que estava brigando por minha causa, porque eu disse ‘não’. Os seguranças apartaram e aí eu senti o sangue escorrendo pelo meu braço, fui atendida no ambulatório e agradeco a postura que a Shed teve para resolver a situação e o respeito e atenção que tiveram comigo.Acionamos a polícia, que chegou rapidamente, enquanto estávamos conversando com os policiais, ele e seus amigos sairam AGRESSIVOS da casa noturna e começaram novamente com as ofensas machistas dizendo que ‘pela minha roupa eu pedi aquilo’, que ‘piranha é assim mesmo’ entre outras ameaças que revoltaram até os próprios policiais que estavam atendendo a ocorrência. Ainda tive que ouvir um ‘mas ela bateu também!’ QUEM FICARIA QUIETA NUMA SITUAÇÃO DESSAS? Eu nao! E os filhinhos de papai ainda disseram ‘acha que vai acontecer algo? Vocês não sabem com quem estao mexendo. O fulano é quente’ QUENTE OU FRIO NAO SE AGRIDE UMA MULHER NEM VERBAL NEM FISICAMENTE. E lembre-se você não surgiu do nada, uma mulher te gerou! E eu vou levar essa história pra frente, quantas não são coagidas e por medo aceitam? Quantas reagem como eu reagi? É MUITO MACHISMO PARA POUCA RAZAO! MULHER PODE E DEVE USAR A ROUPA QUE QUISER, PODE E DEVE TER DIREITO DE ESCOLHA E PODE E DEVE REAGIR QUANDO ESSES CANALHAS APARECEM NO CAMINHO! E mesmo que não deixe marcas, uma agressão é sempre uma agressão. E publicar isso não é motivo de vergonha, é um motivo a mais para as mulheres se unirem.”

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