Jovem é espancada e morre por defender adolescentes de assédio sexual

01/12/2014 15:05 / Atualizado em 04/05/2020 16:38

Tuğçe Albayrak ouviu os gritos de socorro de duas adolescentes que estavam sendo assediadas por um grupo de homens em Offenbach, cidade próxima de Frankfurt, na Alemanha. A jovem de 23 anos correu em direção ao banheiro de uma rede de fast-food onde estavam as meninas e conseguiu defendê-las dos abusos.

Pouco tempo depois, Albayrak foi brutalmente agredida no estacionamento do restaurante e recebeu um golpe na cabeça de um dos homens que confrontou. Ele usou um taco ou pedras, segundo a polícia alemã, e causou uma lesão cerebral tão grave que a jovem entrou em coma.

Mártir do machismo

Na última sexta-feira os pais de Albayrak decidiram desligar as máquinas que a mantinham viva depois que médicos confirmaram sua morte cerebral. Centenas de pessoas faziam vigília no hospital onde ela estava internada e o caso causou grande comoção na Alemanha e no mundo.Uma petição que pede que Albayrak receba a uma homenagem póstuma de honra ao mérito já recebeu mais de 100 mil assinaturas.

A polícia prendeu um garoto de 18 anos identificado como Senel M. que teria confessado o crime.O vídeo abaixo mostra o momento da agressão. Nem os empurrões de outro rapaz que tentou impedir a ação e presença de diversas pessoas inibiram o agressor.

Abaixo a impunidade
Embora casos como esse intimidem ações de combate à violência contra a mulher, Tuğçe Albayrak virou uma heroína na Alemanha e está se tornando um exemplo de coragem contra o machismo.

No Brasil há um número específico para receber denúncias de crimes ou ameaças como essa,180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.

A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.