Jovem é estuprada após marcar encontro por app no litoral de SP

Estudante contou à polícia que foi enganada e estuprada pelo namorado da suspeita. que alegou estar sozinha

04/09/2020 11:26

Uma jovem de 21 anos relata ter sido estuprada após marcar um encontro com uma mulher de 35 anos por um aplicativo de paquera. O caso aconteceu em Santos, no litoral de SP, no dia 26 de agosto.

Em depoimento à polícia, a estudante contou que conheceu a garota pelo Tinder e após uma semana de conversas, decidiu combinar um encontro na casa da mulher que, teoricamente, estaria sozinha.

 Jovem é estuprada após marcar encontro por app no litoral de SP
 Jovem é estuprada após marcar encontro por app no litoral de SP - iStock

Segundo a jovem, o homem apareceu ‘do nada’ na sala, enquanto as duas bebiam, e afirmou que queria ver ‘as duas fazendo sexo’. Diante da negativa, ela tentou beijá-la, tirou as roupas dela à força, a mordeu e, em seguida, consumou o estupro na frente da suposta namorada, que ajudou a imobilizá-la.

A jovem ficou com hematomas por todo o corpo. “Ela tem marcas de mordidas nos seios, na região das coxas, na região lombar. A mão dela está inchada, o que configura lesão de defesa”, disse o advogado da vítima, Adriano Neves Lopes, ao UOL.

 

Nesta quinta-feira, 3, ele entregou à Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, cópias das conversas que sua cliente manteve antes do ataque com a mulher.

Nas mensagens, a estudante questiona a todo momento se as duas ficariam sozinhas no apartamento e a suspeita afirma que sim. Esse seria o primeiro encontro marcado pela vítima por meio do aplicativo.

 Perfil da mulher suspeita de enganar jovem que foi estuprada em Santos (SP)
 Perfil da mulher suspeita de enganar jovem que foi estuprada em Santos (SP) - Reprodução

O delegado também entregou à polícia roupas que a vítima usava durante o encontro que resultou no abuso sexual. “Ela fala que, possivelmente, a blusa e o sutiã têm o sêmen dele e pode provar que houve o crime”, disse ao G1.

Segundo o advogado, uma outra jovem depôs na delegacia, alegando que também foi enganada pelo casal, mas não chegou a ser abusada sexualmente.

O que fazer em caso de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.
  • Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.