Jovem é vítima de estupro na Sapucaí: ‘Sonho virou pesadelo’
Segundo a jovem, o agressor a teria puxado para um corredor escuro e vazio, embaixo das estruturas das arquibancadas, e começado a forçar relações com ela
A estudante de direito Ingrid Munk, de 25 anos, conta ter sofrido um estupro ao ser abusada sexualmente por um homem na Marques de Sapucaí, na madrugada do último domingo, 1, durante o Desfile das Campeãs. “Sonho virou pesadelo”, disse a jovem. O caso foi revelado pelo portal Uol.
Segundo a jovem, o agressor a teria puxado para um corredor escuro e pouco movimentado, embaixo das estruturas das arquibancadas, e começado a forçar relações sexuais com ela.
Naquela madrugada, por volta de 4 horas da manhã, Ingrid contou que desceu de um dos camarotes do sambódromo para ver o recuo da bateria da Grande Rio, a última escola a entrar na avenida naquele desfile. Segundo ela, um homem a puxou para um lugar escuro e deserto e ali cometeu o abuso sexual.
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“Ele me imprensou contra as grades do corredor. Sempre usando força. Passou a mão nas minhas partes íntimas. Querendo me beijar à força e se preparava para continuar. Ele só parou porque eu comecei a gritar. Gritei tanto que algumas pessoas ouviram e quando elas começaram a se aproximar, por medo, ele me soltou”, contou a estudante para o jornal O Dia.
“Foi tudo muito rápido, ele sabia o que ele estava fazendo. Como ele sabia que na Marquês de Sapucaí tinha um lugar isolado?”, questionou a estudante, em entrevista ao portal UOL.
A jovem registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. “Estou com hematomas na perna. Ele apertou minhas partes íntimas com muita força. Estou com o corpo toda dolorida desde domingo”, revelou.
O crime foi registrado como estupro e a polícia investiga o caso, mas, em nota, informou que está sob sigilo.
Nesta quarta-feira, Ingrid foi intimada a comparecer à delegacia para ajudar a fazer o retrato falado do estuprador. Segundo a jovem, era um homem alto, branco, que usava uma camiseta azul e branca, que ela não identificou ser de nenhuma agremiação ou camarote da Sapucaí.
“Estou abalada, com dor. Mas tenho que encontrar essa pessoa. Ele não vai ficar impune”, afirmou a jovem ao UOL.
“A minha esperança é que a polícia vai encontrar ele. Não é possível que um lugar como esse, no Rio de Janeiro, não tenha câmeras para identificar uma atrocidade dessa num evento tão importante. Eu tenho muita fé em Deus de que vamos identificar ele e impedir que ele siga fazendo isso com outras mulheres”, disse Ingrid ao jornal O Dia.
Como agir em caso de estupro
Se você for vítima de estupro ou estiver auxiliando uma pessoa que tenha sido estuprada, os passos a serem seguidos são um pouco diferentes das dicas gerais fornecidas anteriormente.
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento).
Uma pessoa que tenha passado por esta situação normalmente encontra-se bastante fragilizada, contudo, há casos em que a vítima só se apercebe do ocorrido algum tempo depois. Em ambos os casos, é muito importante que a vítima tenha apoio de alguém quando for denunciar o ocorrido às autoridades, pois relatar os fatos costuma ser um momento doloroso. Infelizmente, apesar da fragilidade da vítima é importante que ocorra a denúncia para que as autoridades possam tomar conhecimento do ocorrido e agir para a responsabilização do agressor.
Antes da reforma do Código Penal em setembro de 2018, alguns casos de estupro só podiam ser denunciados pela própria vítima. Isso mudou, o que significa que se outra pessoa denunciar um estupro e tiver provas, o Ministério Público poderá processar o caso mesmo que o denunciante não tenha sido a própria vítima.
Para saber mais como denunciar casos de assédio sexual ou estupro, clique aqui.