Jovem fala pela primeira vez à imprensa sobre caso Feliciano
Em entrevista coletiva realizada no início da noite desta segunda-feira, 8 de agosto, em Brasília, a estudante universitária e militante do Partido Social Cristão, Patrícia Lélis, falou pela primeira vez à imprensa sobre o caso de tentativa de estupro, abuso sexual e cárcere privado envolvendo o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) e seu chefe de gabinete, Talma Bauer.
“Eu volto a dizer que não fui a primeira mulher, mas a única que denunciei até agora. E espero muito que seja a última. Esse tipo de caso acontece bastante, ainda mais com a pessoa que estou denunciando. Mas ninguém teve coragem de denunciar”.
Na coletiva, a jovem reforçou a versão em que afirma ter sido vítima de encarceramento privado em um hotel da região central de São Paulo, onde foi mantida “refém” pelo assessor pessoal do pastor, Talma Bauer. “Existe uma coisa que ficou muito estranha e não tem como dizer que não aconteceu. O gerente do hotel me procurou e perguntou: ‘tá acontecendo alguma coisa estranha? Por que nós estamos recebendo ligações, perguntando se você está no hotel, se você está bem e, como precisamos garantir a segurança do nosso hóspede, estamos suspeitando de alguma coisa'”, disse.
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“Eu sempre me posicionei como mulher de direita. Mas hoje o meu posicionamento é diferente. Porque do mesmo jeito que a direita diz que a esquerda tem seus bandidos de estimação, hoje posso dizer que a direita também tem os seus bandidos de estimação. Todo mundo do PSC se virou contra mim.” Confira trecho da coletiva no vídeo abaixo:
Entenda o caso
A estudante de jornalismo Patricia Lélis, de 22 anos, denunciou o deputado federal Marco Feliciano, do PSC, na última semana, por tentativa de estupro, abuso sexual e cárcere privado.
A ação teria ocorrido no dia 15 de junho, no apartamento do parlamentar, em Brasília. Ex-presidente da juventude do partido, a jovem afirma ter sido convocada ao local para uma suposta reunião. Ao chegar, no entanto, encontrou o deputado sozinho. “Ele me prometeu um cargo no PSC com salário de R$ 15 mil se eu topasse ser sua amante”, contou. “Eu neguei e ele ficou bravo. Tentou tirar minha roupa à força, me deu um soco na boca e um chute na perna”, completou.
Em um primeiro momento, o caso foi desmentido pela própria Patrícia, em um vídeo divulgado nas redes sociais. Depois, no entanto, ela contou à polícia que foi forçada a gravar as imagens pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma de Oliveira Bauer.
Antes, a jovem afirmou ter se reunido com o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, em Brasília. Confira no áudio abaixo, onde ela relembra o assédio de Feliciano: