Jovem inicia remoção de tatuagem feita à força no rosto pelo ex: ‘Livre’
O ex-namorado de Tayane, Gabriel Coelho, segue preso e a Polícia Civil investiga o caso.
A jovem Tayane Caldas, que teve o rosto tatuado à força pelo ex-namorado, iniciou o processo para retirada da tatuagem do nome do ex do seu rosto.
O caso ganhou repercussão em todo o país e um usuário do Twitter se sensibilizou com a história e financiou o tratamento para retirada da tatuagem no rosto e das áreas íntimas da jovem.
“Uma sensação de alívio, de felicidade. De sentir o recomeço, de me sentir livre“, disse Tayane Caldas, ao G1, após a primeira sessão para a remoção da tatuagem no rosto.
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A primeira sessão foi feita nesta quarta-feira e nela o nome do namorado começa a ficar menos aparente. Nas próximas semanas ela deve fazer dezenas de sessões do tratamento à lazer para retirar as letras do rosto completamente.
O ex-namorado de Tayane, Gabriel Coelho, segue preso e a Polícia Civil investiga o caso.
O agressor, com cerca de 20 anos, foi preso por descumprir medida protetiva expedida contra ele. A moça também foi agredida quando tentou fugir e foi amarrada.
“Ela me disse que estava pedindo socorro quando ele estava amarrando ela. Ela me disse ‘mãe, ou eu parava de gritar e deixava ele fazer a tatuagem ou ele ia me matar lá dentro'”, disse mãe ao G1.
Antes do término, o relacionamento dos dois já era instável.
“Ontem ela saiu para ir para o curso e 22h ela ainda não tinha voltado. Fiz um boletim de ocorrência pelo site da polícia e hoje cedo fui até a rua dele e vi minha filha no carro com ele.”
“Chegando em casa, quando entrei, me deparei com a tatuagem com o nome dele no rosto dela e ela tentando tampar com a maquiagem. Ela só repetia que iria trabalhar.”
A agressão foi registrado no plantão da polícia Civil, mas será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Taubaté.
Tatuagem e outras violências contra a mulher
Brasil é o 5º entre os países com as maiores taxas de violência doméstica contra mulheres. São cerca de 900 mil processos desse tipo tramitando na justiça brasileira e 23% deles são pedidos de medidas protetivas de urgência.
Por conta disso, é um consenso entre juízes, promotores e defensores públicos a importância da denúncia. Como especialistas, eles concordam que as queixas funcionam como um freio inibidor da violência e, sendo assim, pode impedir o mal maior: o feminicídio.
Muitos dos casos de violência doméstica não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.
Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.
Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro. Veja como denunciar.
Campanha #ElaNãoPediu
Nenhuma mulher “pede” para apanhar. A culpa nunca é da vítima. A campanha #ElaNãoPediu, da Catraca Livre, tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência doméstica no Brasil, por meio de conteúdos e também ao facilitar o acesso à rede de apoio existente, potencializando iniciativas reconhecidas. Conheça a nossa plataforma exclusiva.