Jovem pede socorro à polícia e é espancado até a morte nos EUA

#BlackLivesMatter: Baltimore volta a viver pesadelo do genocídio da população negra desde a morte de Freddie Gray em 2015

28/09/2016 23:58

O genocídio da população negra nos Estados Unidos, que nos últimos anos fez dezenas de vítimas e motivou a criação de campanhas como #BlackLivesMatter, ganhou um novo capítulo na noite desta quarta-feira, 28. Um jovem de 21 anos foi assassinado em Baltimore depois de ser espancado por policiais há três dias. Antes de ser morto, ironicamente, Tawon Boyd pediu socorro à emergência porque se sentia mal.

De acordo com fontes de notícias locais, os policiais que atenderam a ocorrência encontraram Tawon desorientado e usaram esta condição para tentar contê-lo de forma violenta.

Segundo a advogada Latoya Francis-Williams, representante da vítima, o jovem ligou para a emergência, justamente, por precisar de ajuda médica. “Eles realmente deveriam estar lá para levá-lo à unidade de saúde mais próxima”, afirmou.

Em abril de 2015, a morte de Freddie Gray motivou a revolta de populares em Baltimore, levado as autoridades a decretarem estado de emergência
Em abril de 2015, a morte de Freddie Gray motivou a revolta de populares em Baltimore, levado as autoridades a decretarem estado de emergência

Em depoimento, os policiais que atenderam a ocorrência afirmaram que encontraram Boyd desorientado. Na versão dos acusados, o rapaz teria pedido que os oficiais entrassem em sua casa porque a namorada o teria intoxicado. Eles alegam ainda que Taown teria tentado subir numa viatura.

Testemunhas relatam agressão

Segundo relatos das testemunhas, os oficiais agrediram o rapaz com socos e o jogaram no chão com violência. Ainda o teriam sufocado na tentativa de imobilizá-lo.”De acordo com a testemunha, o senhor Boyd estava gritando ‘pare, pare, eu não posso respirar'”, relatou Francis-Williams.

Levado a um hospital local, Tawon Boyd estava até esta quarta-feira no CTI quando foi declaro morto. Entre as razões divulgadas pelo médicos, a vítima apresentava inchaço no cérebro e líquido nos pulmões. A autópsia deve ser anunciada em um mês.