Jovem que denunciou abusos do padrasto emociona no ‘Encontro’
Eva relatou como, após uma denúncia frustrada há 7 anos, conseguiu lutar novamente para que seu abusador fosse punido.
A jovem Eva Luana – que gerou comoção ao usar as redes sociais para denunciar as torturas e abusos psicológicos e sexuais cometidos pelo padrasto por oito anos – esteve nesta segunda-feira, 25, no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo. O tema do programa foi parar nos assuntos mais comentados da internet.
Eva relatou que sofreu os abusos desde os 12 anos e que a mãe também era abusada pelo marido, identificado como Thiago Alves.
Sobre a denúncia que culminou com a prisão do padrasto em 13 de fevereiro, ela disse: “Infelizmente, não posso dizer que eu tive força para denunciar. Eu não fiz por coragem, fiz por medo, porque já estava em um nível tão extremo, estava me sentindo tão ameaçada e perseguida que eu falei: ‘Se acontecer alguma coisa comigo, a minha mãe e a minha irmã precisam estar seguras… Se for para morrer de qualquer jeito – porque eu não tinha vida – que eu morra lutando, então eu decidi contar”.
A jovem relatou que aos 13 anos denunciou os abusos, mas que nada aconteceu: “Quando denunciamos, não tínhamos mais para onde ir. Recebemos a medida protetiva e ele, que estava solto, porque não é preso imediatamente, conseguiu ter acesso à gente. Falou, pessoalmente, muitas ameaças e, como já tínhamos muito medo, a única coisa que pensamos foi: ‘A gente tem que ir de novo à delegacia’. Eu até tentei, só que não consegui. Ele passou todo o roteiro para retirar a denúncia. Eu lembro de ter estudado muito cada palavra. E eu falei aquilo esperando que as pessoas notassem que não, eu não estava retirando, isso não aconteceu, isso foi porque ele teve acesso à gente”.
Eva contou que, após anos aguentando os abusos, o apoio do namorado ajudou na decisão de fazer nova denúncia.
“Eu me sentia segura para falar com ele, porque ele era a única pessoa que não ficava me julgando… Inclusive, ele tinha tentado se aproximar, só que todas as pessoas homens que se aproximavam, eu colocava uma muralha com medo… Ultimamente as coisas estavam sem controle e sem limite e chegou um momento em que eu estava pensando em suicídio e a única pessoa que eu posso contar agora é o Mateus, e eu fui contando situações pequenas. Ele não me pressionou em nenhum momento. Só que ele começou a ficar muito assustado… Até que ele buscou ajuda do juiz Waldir Viana, que foi um anjo na minha vida. Me senti totalmente acolhida… Eles me deram as mãos e fomos para a delegacia”, contou Eva. Leia a matéria completo e veja o vídeo da entrevista no G-Show.
A Rede Feminista de Juristas, a convite da Catraca Livre, fez um passo a passo sobre o que fazer caso você seja vítima ou presencie um caso de assédio sexual: