Jovem que denunciou pai por abuso sexual pediu socorro por mensagens

‘Corre, me tira daqui’, implorou a vítima de 24 anos

18/02/2020 15:41

Uma jovem de 24 anos denunciou o pai por estupro, no último sábado, 15, em Jundiaí, no interior de São Paulo (SP). A vítima pediu ajuda a amigos por aplicativos de mensagens e, após investigação da polícia, o homem foi preso em flagrante, na madrugada do último domingo, 16. Ele negou o crime.

Estudante pediu ajuda a amigos após ser estuprada pelo pai
Estudante pediu ajuda a amigos após ser estuprada pelo pai - Reprodução/WhatsApp

De acordo com o G1, a moça contou que saiu com o pai para ir a um bar, em um momento de descontração, porém, ela passou mal em determinado e os dois foram para a casa dela, que mora com o irmão e um primo. De madrugada, ela afirmou que pegou no sono e acordou quando o pai teria praticado o crime.

Segundo o relato, ela o empurrou e correu para outro quarto e começou a mandar mensagens para os amigos contando do estupro. “Vem aqui em casa agora. Eu fui molestada. Me ajuda”, escreveu em um trecho.

Um conhecido foi ao endereço e acionou a Polícia Militar, que o prendeu em flagrante. O homem teria dito que a filha estava confusa e que teria sido “carinho de pai”.

Ainda de acordo com a publicação, o suspeito passou por audiência de custódia e foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Campo Limpo Paulista (SP).

O que fazer caso eu seja vítima de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual;
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia;
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico;
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo;
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.

Caso o estupro já tenha ocorrido há algum tempo

  • Se a vítima decidir não buscar as autoridades policiais recomendamos, fortemente, que ela busque, pelo menos, cuidados médicos e psicológicos o mais rápido possível, já que a eficácia dos medicamentos para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da pílula do dia seguinte é determinada por essa rapidez. Recomenda-se também que o acompanhamento psicológico comece o mais breve possível;
  • É importante enfatizar que a busca da vítima por ajuda médica não tem nenhuma ligação com a polícia. A vítima tem sigilo médico-paciente e por isso, pode buscar ajuda médica logo após o fato e depois ir à autoridade policial quando se sentir preparada;
  • Contudo, em casos de menores de idade, o conselho tutelar pode ser acionado, especialmente se o suspeito for alguém próximo, sempre visando a preservação da criança ou do adolescente;
  • Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada busque uma delegacia normal)

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é uma política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.

Por meio de ligação gratuita e confidencial, esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 (dezesseis) países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.