Jovem relata que homem ejaculou em sua saia dentro de ônibus em Curitiba
O relato da vítima viralizou nas redes sociais
Uma estudante universitária de Curitiba, no Paraná, escreveu um post no Facebook na noite desta terça-feira, dia 5, relatando sobre um caso de abuso sexual que sofreu no transporte público. No texto, ela conta que um homem encostou nela por trás dentro do ônibus e ejaculou em sua saia.
O caso ocorreu em um ônibus biarticulado da linha Centenário/Campo Comprido, que liga dois extremos da capital paranaense. Segundo o relato, era horário de pico e, por isso, a jovem permaneceu em um cantinho do veículo, quando foi vítima do agressor.
“Guardei o celular na bolsa e foi então que eu percebi que ele estava ali. Parado bem nas minhas costas, aproveitando de cada curva para se esfregar em mim. Tentei dar um passo pra frente mas ele acompanhou, continuando encostado. Não bastasse ele começou a respirar muito forte por cima do meu ombro, chegando a gemer baixinho. Tentei empurrá-lo com o cotovelo, ir para outro lugar mas não tinha jeito. Ele continuou ali, se esfregando e gemendo”, escreveu a estudante.
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Diante da situação, a jovem desceu na próxima estação para escapar do abuso. Neste momento, ela olhou para sua roupa e descobriu algo ainda pior. “Percebi que ele não havia apenas se encostado e insinuado, ele havia ejaculado na minha saia, e então eu desabei. Agora, chegando em casa, não estou feliz por tirar essas botas quentes. Agora, chegando em casa, estou limpando de mim mais um dia difícil de se chegar em casa”.
A publicação, que contava com mais de 30 mil compartilhamentos, já não está mais disponível na rede social. O Catraca Livre tentou entrar em contato com a estudante, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Leia o relato na íntegra:
“Aquele tipo de texto difícil de escrever porque suas mãos ainda estão tremendo.
Eu só queria ir pra casa depois de uma longa espera no pronto atendimento. Pegar o ônibus, ir pra casa.
Entrei no tubo, o ônibus veio logo, estava cheio, horário de pico, mas sabem como é CENTENÁRIO/ CAMPO COMPRIDO sempre tem espaço pra mais um.
Me ajeitei no cantinho, segurei a bolsa e só pensei na hora que ia poder tirar essa bota quente, pois Curitiba não decide quantas estações vai fazer em um dia.
Mas não é fácil assim, ir pra casa não é fácil assim. Se você é mulher e precisa pegar um ônibus lotado, com certeza, não vai ser fácil chegar em casa.
Guardei o celular na bolsa e foi então que eu percebi que ele estava ali. Parado bem nas minhas costas, aproveitando de cada curva para se esfregar em mim. Tentei dar um passo pra frente mas ele acompanhou, continuando encostado. Não bastasse ele começou a respirar muito forte por cima do meu ombro, chegando a gemer baixinho. Tentei empurra-lo com o cotovelo, ir para outro lugar mas não tinha jeito. Ele continuou ali, se esfregando e gemendo.
Precisei descer no tubo que seguia, mesmo não sendo o meu. Antes de sair o empurrei e disse a ele que era um velho nojento e deveria se envergonhar de agir desse modo em qualquer lugar que seja.
Ao descer percebi que ele não havia apenas se encostado e insinuado, ele havia ejaculado na minha saia, e então eu desabei.
Agora, chegando em casa, não estou feliz por tirar essas botas quentes. Agora, chegando em casa, estou limpando de mim mais um dia difícil de se chegar em casa.
Eu não quero mais ligar pra minha mãe chorando, eu não quero mais ter medo de andar na rua, eu não quero mais me culpar por ser a vítima, eu não quero mais ter que pensar no tamanho da minha saia antes de sair de casa, eu não quero ter que limpar a sujeira dos outros.
Desculpem o texto e a imagem mas eu to cansada, irritada e triste, e se eu tivesse a opção desejaria nunca ter que falar sobre essas coisas. Desejaria que essas coisas nunca acontecessem.”