Juninho agrediu esposa antes de matar Daniel, revela testemunha
Em depoimento à polícia, uma amiga de Allana Brittes relatou que o empresário deu "tapas no rosto de Cristiana"
Edison Brittes, assassino confesso do jogador Daniel Corrêa, teria agredido a esposa, Cristiana Brittes, momentos antes de matar o atleta, segundo informou em depoimento uma testemunha que estava presente na casa do empresário no dia do crime.
Segundo a jovem, amiga de Allana Brittes, filha do casal, Edison, também conhecido como Juninho Riqueza, admitiu horas depois do crime ter “dado tapas no rosto de Cristiana Brittes”.
Trechos do depoimento da testemunha revelados pelo portal UOL mostram ainda outros detalhes da investigação que apontam que o empresário procurou limpar a cena do crime.
“Durante o dia, por volta das 14h, [testemunha] se levanta e vai até a cozinha. Júnior e Cristiana se sentam no sofá. Em seguida vêm os demais e se reúnem na sala. Júnior comenta que ‘havia matado o gambá’ e diz que ‘eu vi ele no quarto com a minha mulher, vocês tem noção disso, eu não ia aguentar ele’. Relatando Júnior que havia ido ao quarto e a porta estava fechada, o que estranhou, indo até a janela do quarto, onde viu Daniel no quarto, sendo que ele tentou se esconder, e então Júnior entrou no quarto deu tapas no rosto de Cris e começou a agredir Daniel”, diz texto do relatório policial referente ao interrogatório da jovem que teve a identidade preservada.
A testemunha afirma ainda que, em nenhum momento, Cristiana falou sobre estupro. Em depoimento à polícia, tanto Edison, quanto sua esposa, alegaram que Daniel teria tentado abusar Cristiana e isso teria motivado o assassinato.
O delegado Amadeu Trevisan, que investiga o caso, já descartou a hipótese de tentativa de estupro.
“Cris apenas disse ‘não deixa ele fazer nada, não deixa ele fazer nada, e que Júnior questionou ‘você está defendendo esse vagabundo?’”, revelou outro trecho do interrogatório.
A amiga de Allana informou ainda que o aparelho celular do jogador foi destruído por um dos irmãos gêmeos que também são testemunhas do caso. Os gêmeos, aliás, são filhos de um político da cidade onde o crime aconteceu, e Edison confessou, posteriormente, que mentiu em seu primeiro depoimento para protegê-los, além de outras pessoas que também estavam presentes no momento.
Conforme o UOL, a jovem confessou também que, após retornar do local do crime, Juninho ordenou às pessoas que ainda estavam na casa que limpassem os vestígios de sangue do local.
“Junior ordenou que [a convidada], David, Igor, Eduardo, Allana e Cris, auxiliados por ele, para que limpassem a área interna da casa, relatando que inclusive o colchão do quarto do casal foi cortado na parte que tinha sangue – o tecido da parte de cima – sendo que esse pedaço foi queimado com os documentos de Daniel”.
A defesa do empresário nega o episódio de agressão relatado pela jovem. “Isso não é verdade, a testemunha estava na parte de cima [da casa], e busca com esse de insinuação justificar a omissão de não ter procurado as autoridades”.
Daniel Corrêa foi encontrado morto no dia 27 de outubro em um matagal em São José dos Pinhais, no Paraná. Seu corpo mostrava vestígios de tortura, além de ter o pescoço parcialmente cortado e o pênis decepado.
Edison Brittes, sua esposa, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana Brittes, estão presos.