Justiça absolve estudante de medicina da USP acusado de estupro

Com informações da Ponte Jornalismo

O estudante de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Tarciso da Silva Cardoso, foi absolvido na última terça-feira, dia 7, pelo juiz Klaus Marouelli Arroyo, da 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O rapaz foi acusado de dopar e estuprar uma aluna de Enfermagem.

A Ponte Jornalismo teve acesso à sentença e informou que Arroyo justificou sua decisão com base na “inconsistência das declarações da ofendida” e no fato de haver “prova em sentido diverso, a sustentar a versão do acusado, quer de cunho testemunhal (…) como também documental (…)”.

De acordo com o juiz, a estudante ter entrado no quarto de Cardoso “de livre e espontânea vontade” e ter dito a duas amigas “que ali permaneceria” estariam entre os motivos para julgar improcedente a ação proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em maio de 2015.

O aluno é acusado de dopar e estuprar estudantes da universidade

O aluno de Medicina foi denunciado por praticar sexo com pessoa vulnerável. O advogado que acompanhou o processo aberto sobre o caso da FMUSP, Renan Quinalha, criticou a decisão.

“O julgador tem livre apreciação sobre o conjunto das provas produzidas em um processo, mas chama a atenção, nesse caso, como o juiz valorou apenas as provas que beneficiavam o réu, ignorando na sua decisão elementos que indicavam a materialidade do estupro”, disse o advogado à Ponte.

Leia a reportagem na íntegra.

O caso

A estudante de Enfermagem afirmou que foi dopada em uma festa da medicina. Durante o estupro, ela acordou e tentou reagir, mas foi imobilizada por Cardoso, que era policial militar.

O aluno já foi acusado de homicídio quando era soldado da Polícia Militar, de onde pediu exoneração em 2008. Em fevereiro de 2004, na região central de São Paulo, ele teria atirado em outro homem em um bloco de Carnaval. O caso foi suspenso na Justiça.

  • Em novembro do ano passado, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que vai indeferir o registro profissional (CRM) do estudante. Leia aqui.