Justiça manda prender suspeito de incendiar estátua do Borba Gato
"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate”, disse ativista Paulo Galo
A Justiça de São Paulo determinou nesta quarta-feira, 28, a prisão temporária de Paulo Roberto da Silva Lima, 32 anos, conhecido como Paulo Galo, por suspeita de participar do incêndio à estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, no último sábado, 24.
Paulo é fundador do grupo Entregadores Antifascistas, que assumiu o protesto no mesmo dia do ataque ao monumento. As informações são do G1.
Paulo Galo foi preso hoje logo após se apresentar ao 11º DP de Santo Amaro, que investiga o caso, e afirmar que participou do ato com objetivo de abrir o debate sobre a história do bandeirante Borba Gato.
Gessica de Paula da Silva Barbosa, esposa de Paulo, também teve a prisão temporária determinada, mas segundo a defesa, ela não participou do ato. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do casal.
“Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, disse o ativista ao chegar à delegacia na zona sul de São Paulo.
Além de Paulo, Danilo Oliveira também compareceu à delegacia de forma espontânea e assumiu sua participação no ato, mas não há pedido de prisão contra ele.
Borba Gato fez fortuna na segunda metade do século 18 ao caçar indígenas e negros pelos sertões do país para escravizá-los. Muitos bandeirantes também estupraram e traficaram mulheres indígenas.
Em 2016, a estátua de Borba Gato já havia sido atacada com um banho de tinta.